Villa Real se apoia na história dos próprios profissionais por virada no Estadual
Atacante Ramonzinho, que se profissionalizou aos 28 anos, se vê como prova de perseverança ao projetar duelo contra Itabirito em Betim, neste sábado, pela Segundona Mineira
Se Villa Real estivesse no dicionário, certamente teria como sinônimo perseverança. Exemplos não faltam, dentro e fora de campo, no projeto que tem apostado nos jogadores de Juiz de Fora e região, oportunizando a eles uma chance de serem profissionais. E do DNA de cada um, a desistência não faz parte. A começar pelo presidente Allan Taxista, que se profissionalizou aos 28 anos e se tornou campeão brasileiro da Série D e ídolo do Tupi. Logo, espelhado na história de cada componente do projeto, a Águia juiz-forana mantém a confiança em uma reviravolta diante do Itabirito, neste sábado (15), às 15h na Arena Vera Cruz, em Betim, pela partida de volta das quartas de final da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Depois da derrota em casa, em JF, por 1 a 0, o “Time do Povo”, como se apelidou, precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para ir à semifinal
Entre as trajetórias cercadas de esperança e com um final feliz está a do atacante Ramonzinho, que assim como Allan Taxista, foi profissionalizado aos 28 anos pela equipe de JF e que, logo em sua estreia, na segunda rodada, marcou o gol da vitória da Águia por 1 a 0 sobre o Passos, em Guaxupé. À Tribuna, o jogador sandumonense afirmou que seu exemplo e de outros companheiros de time têm servido de inspiração para acreditar na virada, para muitos, improvável.
“Acredito que Deus é Deus de promessas, e sim, sou um exemplo de perseverança. Sou muito grato a Ele pela oportunidade, tudo é no seu tempo. Mas sempre me dediquei pra jogar várzea, mesmo sabendo que estava mais velho e que poderia acontecer de não jogar no profissional. Sempre quis estar bem fisicamente pra seguir no amador e ganhando o meu pão de cada dia, porque estava desempregado, então me dediquei pra que na hora certa a oportunidade chegasse. Estou muito grato por isso”, conta Ramonzinho. “Desistir jamais. Se você tem um sonho, lute. Você é capaz de realizá-lo”, complementa.
O atacante, curiosamente, acabou virando amigo do também espelho Allan Taxista, com histórias similares no início do futebol profissional. “Ele sempre me dá os melhores conselhos pra dentro do campo e pro extracampo. É um cara amigo, sincero, engraçado e rígido sempre querendo o melhor pra nós. Só tenho que agradecer por essa amizade que temos.”
“Nada é impossível no futebol”
Voltando à partida contra Itabirito, Ramonzinho destacou o dia a dia do grupo focado na classificação fora de casa para que o Villa Real possa seguir com o sonho do acesso.'”Sabemos da dificuldade que vamos encontrar no sábado, mas confiamos e estamos trabalhando forte pra chegar lá e conseguir a vitória. Nada e impossível, ainda mais se tratando de futebol. Ninguém é melhor que todos nós juntos, então vamos lutar e defender até o final pra conseguir o objetivo.
Para a vitória, o atacante entende que o caminho é manter a estrutura em campo adotada na competição, que levou a equipe até esta fase do mata-mata. “Temos nossa identidade. Como criamos ela no começo, continuaremos da mesma forma organizada, objetiva e vamos pra cima. Precisamos fazer dois gols, mas temos que pensar em um de cada vez”, preza. A partida de ida em Juiz de Fora foi marcada por domínio do Villa Real, mas sem aproveitamento nos arremates. “Faltou um pouco mais de tranquilidade, mas trabalhamos firmes nessa semana bastante finalizações pra conseguirmos fazer elas da melhor forma fora de casa.”
Villa Real tenta feito inédito
O Itabirito levou apenas um gol em toda a competição, justamente para o Villa Real, ainda na fase de grupos, na única derrota do time, de 1 a 0, no Estádio Municipal. Logo, nenhum time marcou os dois gols necessários do Villa Real para a classificação. Os números defensivos reforçam a dificuldade do desafio juiz-forano. Ainda assim, Ramonzinho entende que o adversário não irá jogar apenas em seu campo de defesa, com aposta nos contra-ataques. “Eles têm uma equipe bem qualificada, possuem uma vantagem boa, mas não acredito que eles vão ficar atrás. Vão jogar, por ser uma boa equipe, mas claro que com regulamento embaixo do braço.”
Sem atletas suspensos, caso o técnico Rafael Novaes opte por repetir a equipe que iniciou a partida de ida, o Villa Real terá equipe formada por Esio; Adson, Emerson, Nogueira e Eldinho; Batata, Maycon Mogango, Gui e Ramon; Dane e Ramonzinho.