Na terƧa-feira passada, a ComissĆ£o Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da CĆ¢mara Municipal promoveu uma reuniĆ£o muito interessante. A pauta foi sobre a criaĆ§Ć£o de um Selo, tipo uma certificaĆ§Ć£o, Ć s empresas amigas das pessoas idosas.
Estabelecimentos pĆŗblicos ou privados que se preocupam em atender bem seus clientes e/ou usuĆ”rios, entre outras habilidades: ter paciĆŖncia, atenĆ§Ć£o e respeito. A reuniĆ£o contou com presenƧas de convidados/as, representantes de agĆŖncias financeiras (bancos), supermercados, serviƧos de bem-estar, agĆŖncias que cuidam de pessoas idosas e representante da rodoviĆ”ria. Houve interesse geral de todos os participantes em concorrerem Ć conquista desse Selo, lei municipal recentemente apresentada pela CĆ¢mara e sancionada pelo Executivo. O que eu desejo destacar com essa reuniĆ£o. Ć que no meu entendimento ela representa um passo importante para que a nossa cidade se transforme efetivamente em uma cidade “Amiga da Pessoa Idosa”. E o setor de prestaĆ§Ć£o de serviƧos sai na frente. JĆ” temos algumas aƧƵes sociais que facilitam o enquadramento da cidade nesse pleito: existĆŖncia do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa; o PrĆ³-Idoso da AMAC; o Departamento de SaĆŗde do Idoso da SMS/PJF; a prĆ³pria ComissĆ£o da Pessoa Idosas da CMJF; a CĆ¢mara SĆŖnior. O NĆŗcleo de Atendimento ao Idoso da PolĆcia Civil. Isso, na Ć”rea pĆŗblica. No setor privado, tambĆ©m jĆ” temos orientaƧƵes nesse sentido. Esses equipamentos de atendimento Ć s pessoas idosas oferecem pontos valiosos para a nossa cidade se qualificar nesse intento. Ć certo que precisamos criar outros e mais serviƧos pĆŗblicos/particulares de atenĆ§Ć£o Ć s pessoas idosas na cidade.
Como Ć© envelhecer em JF? Se a cidade deve ser o lugar do encontro das pessoas, impossibilitadas pela pandemia, nessa retomada
gradual e atenta aos procedimentos sanitĆ”rios vigentes, onde as pessoas idosas encontram-se? No Parque Halfeld, nos jogos de baralho e similares? Nos bailes vespertinos dos finais de semana, na regiĆ£o do bairro Mariano ProcĆ³pio?. Que falta eu sinto do ForrĆ³ da Marlene!, me disse, dia desses, um senhor, um assĆduo frequentador. Onde mais temos pontos de encontros das pessoas idosas na cidade? A pandemia interferiu negativamente na saĆŗde mental de todos nĆ³s. O prejuĆzo social, afetivo e emocional foi grande para as pessoas idosas: sobretudo para aquelas, carentes de recursos financeiros e sociais para uma nova invenĆ§Ć£o de suas rotinas, que nĆ£o podem contar com as tecnologias virtuais de comunicaĆ§Ć£o. Que nĆ£o tem para onde ir e nĆ£o tem com quem ir. As pessoas idosas que moram sozinhas e que sĆ£o muitas. As pessoas idosas que estĆ£o em casa, mas que se percebem exiladas e distantes emocionalmente, dentro do contexto familiar, de muita reclamaĆ§Ć£o e de nenhuma atenĆ§Ć£o Ć s suas demandas de vida.
Envelhecer tem que ganhar uma resposta engajada de solidariedade, de mudanƧa de postura e de compaixĆ£o por cada um de nĆ³s que amamos nossa cidade. NĆ£o pode continuar sendo cada um por si – no domĆnio crescente do Ć³dio – nossa saĆda, como raƧa humana Ć© pela aĆ§Ć£o coletiva, Ć© pela implicaĆ§Ć£o com a dor do outro.