Gasolina a preço de ouro

Por Jonas Nogueira e Maria Clara Kappaun

Os constantes aumentos nos preços dos combustíveis vêm espantando os brasileiros e juiz-foranos. O valor elevado tem influenciado diretamente no orçamento das famílias. A gasolina apresentou uma alta de 27,51% no ano, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

De acordo com especialistas, os altos valores cobrados da população são decorrência da política de preços da Petrobras, cujo apreçamento do barril de petróleo é atrelado ao preço internacional, definido em dólar. Porém, o preço do combustível não é formado somente pela política definida, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço da gasolina comum é composto por cinco itens: preço do produtor (refinarias da Petrobras e importadores), preço do etanol (a gasolina que chega aos postos é composta por 73% de gasolina A e 27% de etanol), tributos federais (PIS, Cofins e Cide), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de natureza estadual, e custos como a distribuição, revenda e transporte.

O Governo federal atribui a causa dos preços elevados aos governos estaduais. Entretanto, segundo relatório fornecido pelo Ministério de Minas e Energia, em abril de 2021, 28,1% do preço do combustível correspondia ao ICMS, enquanto o montante das refinarias representava 35,6%. Conforme a mesma fonte, o preço dos produtores apresentou constantes aumentos na formação do preço da gasolina ao longo do ano, já que em janeiro, somente 30,6% do total correspondia ao valor coletado pelas refinarias. O imposto estadual equivalia a 27,4% no mesmo mês.

Na conjuntura regional, Juiz de Fora fechou o mês de agosto com o preço médio da gasolina em R$ 6,49, de acordo com o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), que vem realizando pesquisas sobre o valor do produto. O município enfrenta aumentos contínuos no preço, segundo dados da Agência Nacional: no início do ano, o preço médio da gasolina era de R$ 5,00; em março, já alcançava os R$ 6,00; e, em junho, o valor chegou a R$ 6,73. A cidade encara as externalidades dos constantes aumentos nas refinarias e, com as previsões para o mercado internacional, a população juiz-forana ainda conviverá com as flutuações no preço dos combustíveis por algum tempo.

Conjuntura e Mercados

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