Anapolina, o carrasco do Fla, morre em Matias


Por Wallace Mattos

11/03/2013 às 20h16

No início desta segunda-feira (11), o futebol perdeu um daqueles personagens que marcam a história da bola com apenas um gol. Morreu em sua casa, em Matias Barbosa, o ex-jogador Elimar Cerqueira, mais conhecido como Anapolina. Vitimado por um ataque cardíaco na madrugada de domingo para segunda-feira, o ex-atleta não resistiu e faleceu aos 58 anos. O velório aconteceu durante toda a segunda, e o enterro se deu no fim da tarde. Ele deixa esposa e um filho de seu primeiro casamento.

Anapolina ficou conhecido em todo o Brasil ao marcar um gol contra o Flamengo com a camisa do Serrano, de Petrópolis, evitando um tetracampeonato estadual inédito do esquadrão rubro-negro comandando por ninguém menos que Zico. No dia 19 de novembro de 1980, o então tricampeão carioca foi até a cidade da região serrana do Rio buscando a vitória para continuar vivo na disputa do sonhado quarto título seguido. Mas o gol solitário do confronto, feito pelo ponta-esquerda do time da casa, no Estádio Atílio Marotti, aos 19 minutos do primeiro tempo daquela noite chuvosa, eliminou do Campeonato Carioca o clube que, meses depois, seria campeão mundial, e colocou Elimar Cerqueira para sempre na história do futebol nacional.

Curiosamente, Anapolina era flamenguista e só jogou contra seu clube do coração pois o titular da ponta esquerda, Bernardo, havia sido vendido para o Murcia, da Espanha. Ele e Oswaldo disputaram a titularidade, e o artilheiro que acabou com o sonho dos flamenguistas levou a melhor. Anapolina só atuou mais uma vez com a camisa do Serrano e, seis meses após o feito que o tornou conhecido nacionalmente, pendurou as chuteiras, aos 27 anos.

Natural de Cotegipe, distrito de Matias Barbosa, Elimar tentou iniciar sua carreira no futebol de base de Juiz de Fora, no Sport. Mas, depois de ser observado por um olheiro do Botafogo em um jogo amador próximo de sua terra natal, seguiu para os juniores do Glorioso carioca, onde se profissionalizou. Teve passagens também por Rio Verde-GO, União de Rondonópolis-MT e Anapolina-GO, onde ganhou o apelido que carregou para o Serrano. Depois, passou a atuar no futebol amador petropolitano. De volta a sua terra natal, abandonou o apelido e trabalhava como motorista de caminhão de uma cooperativa de leite.

O presidente do Serrano, Alexandre Beck, anunciou luto oficial no clube de Petrópolis por três dias. A diretoria estudava algumas ações de marketing envolvendo o ex-jogador para comemorar o centenário da agremiação, em 2015, demonstrando a importância do feito de Anapolina para a história da equipe petropolitana.

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