Essa pergunta abre a Coluna de hoje. Nesse dia, mais para o fim da tarde, encerra-se a programação da Semana Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, que trouxe várias importantes atividades: roda de conversa com a pauta: como é envelhecer em JF”?; homenagens às pessoas centenárias residentes na cidade; várias palestras de conteúdos pertinentes à realidade das pessoas idosas, como, a pandemia da Covid; o que podemos fazer para não perdermos a memória?; a contextualização do movimento nacional “vidas idosas importam”. Na realidade, tivemos uma promoção louvável e super necessária da Comissão Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara de Vereador/as. Diga-se de passagem, logo, de imediato, a Semana foi muito bem organizada, e esses temas são valiosos para a nossa educação, para o envelhecimento. Com um encontro inter religioso, a Semana chega ao fim.
Aos colegas, um pouco mais calejados, na participação desse tipo de atividade, pode parecer, que apesar de todo esforço, empenho e dedicação, objetivamente, com a realização desses eventos, pouco ou quase nada, vai mudar no cotidiano das pessoas idosas. Eu até entendo esse tipo de reflexão. E eu também tenho recaídas de esperanças e de ânimos na percepção real de alteração, diante desse quadro de indiferença e miopia social em relação às condições de vida da população idosa no nosso país. Mas eventos como esse me enchem de esperança, de novo, na crença de que alguma mudança vai acontecer. Eu cada vez mais acredito que é somente com o debate, com a apresentação de ideias e de propostas públicas, é que nós podemos transformar a realidade social, não somente na área do trabalho social e público com pessoas idosas, mas também em todas as áreas da sociedade. O que é público tem que ser apropriado pelo público.
Diante desse Alzheimer social – ausente e deserto de sua gente – por que passa o nosso país, aqui presto homenagem e reconhecimento público ao grande jornalista Geraldo Muanis, que cunhou essa expressão. Nossa cidade precisa reagir. Nossas pessoas idosas (algumas) não podem permitir que sejam colocadas para sempre no aposento. Por mais desgastada que esteja essa forma de discussão pública, como as conferências municipais e outros fóruns coletivos, é fundamental, cada vez mais, eu repito, é preciso repensar a metodologia de realização desses eventos. Não é deixar de fazê-los, e, sim, rever a forma como são feitos.
Estamos em outro mundo, diferente do mundo de 20, 30 anos atrás. As redes sociais constituem o palco de nossas manifestações e aspirações coletivas. E elas vieram para ficar. Então, é fazer com que todo esse vasto universo de ferramentas tecnológicas da informação sejam colocadas à serviço da população. Que cursos e mais cursos, por exemplo, sejam direcionados para as pessoas idosas. Elas tem, sim, capacidade de aprendizagem, e não perdem a competência para novas e outras aprendizagens. O que elas precisam é de serem vistas e respeitadas. Para que sintam-se empoderadas e efetivamente integradas ao mundo contemporâneo.
Estou convencido de que a pauta do envelhecimento humano tem que estar na agenda das nossas cidades. Faço coro ao que escreveu o competente editorialista do jornal Tribuna de Minas, em sua edição recente, do dia 4 de maio: “discutir a terceira idade é fundamental para a adoção de políticas públicas que insiram pessoas acima de 60 anos na temática das cidades”. E ele vai mais adiante, na sequência do texto, “a semana do idoso é uma referência, mas a discussão sobre a terceira idade deve ser uma agenda permanente, porque muitos já estão nessa faixa, e outros tantos precisam entender que, um dia, salvo percalços da própria vida, vão chegar lá.” Acredito firmemente que novos e mais ambientes de conversas devem ser criados para o debate dessa agenda. Ciente dessa realidade, tenho feito incursões no meio digital. E, se você, caro leitor e leitora, não conhecem; inscrevam-se no meu canal de You Tube. Pitico e Prosa. E deixem lá os seus comentários, suas opiniões e sugestões de conteúdos sobre envelhecimento.
A sociedade, bem como a nossa cidade, não pode prescindir de ninguém. Muito menos das pessoas mais experientes, das pessoas idosa, que precisam ser capacitadas – a maioria – pelas instituições sociais para o fortalecimento de sua cidadania para uma nova forma de participação comunitária: aplicativos e redes sociais.