Ministro da Saúde cita dificuldade para entrega de 2ª dose da Coronavac

Marcelo Queiroga aponta atraso na entrega das vacinas envasadas pelo Butantan


Por Agência Estado

26/04/2021 às 21h37

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, nesta segunda-feira (26), que há preocupação sobre a falta da 2ª dose da vacina Coronavac. Em audiência pública no Senado, ele citou atrasos na entrega de novos lotes do imunizante contra a Covid-19 envasado pelo Instituto Butantan. Sem entrar em detalhes, o ministro disse que irá divulgar nota técnica sobre a aplicação da vacina neste cenário.

No fim de março, o Governo federal passou a orientar que não era mais preciso reservar metade dos lotes da Coronvac para garantir a segunda dose. No último dia 13, a Saúde disse que mais de 1,5 milhão de pessoas não retornaram para a receber o complemento da vacinação dentro do prazo. “Agora, em fase de retardo do insumo, há dificuldade com essa segunda dose”, disse o ministro. Segundo Queiroga, nova entrega da Coronavac só deve ocorrer em dez dias.

O ministro citou decisão da Justiça para garantir o estoque da vacina complementar em João Pessoa (PB). “Só que se todos judicializarem, não tem doses para todo mundo. Não é a judicialização que vai resolver esse problema”, declarou.

O ministério tem cobrado que municípios se organizem para garantir que o intervalo entre as aplicações das vacinas da Covid-19 seja respeitado. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado no último dia 16, cerca de 1.426 municípios não reservaram a segunda dose da vacina. A entidade recebeu cerca de 3 mil respostas sobre o tema.

Na mesma reunião, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que o ministério tem se esforçado para equilibrar o envio de vacinas destinadas para cada etapa da imunização. “Estamos monitorando aqueles Estados com déficit da segunda dose. Hoje o quantitativo de segunda dose que estamos ‘devendo’ é relativamente pequeno”, afirmou Medeiros. “O quantitativo para repor está dentro do prazo vacinal (da segunda aplicação)”, completou.

Queiroga também disse aos senadores que mudanças feitas por prefeitos e governadores na ordem de prioridades da vacinação atrapalham a campanha nacional contra a Covid-19. O ministro pediu respeito à lista elaborada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Ocorre que na ‘bipartite’ (reunião entre Estados e municípios), às vezes se muda orientação para incluir um grupo ou outro. Isso termina por alterar a harmonia do nosso programa. Atrapalha o processo de vacinação”, disse o ministro.

Segundo Queiroga, não há razão para criar polêmica sobre a diferença entre vacinas distribuídas e já utilizadas, pois muitas foram reservadas para a segunda aplicação ou estão em rota de entrega até os municípios. “Tudo o que não precisamos nesse momento é polêmica”, disse. Essa diferença tem sido usada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para criticar o desempenho de governadores de prefeitos.

O secretário-executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que o grupo prioritário (cerca de 77,2 milhões de pessoas) deve receber a segunda dose até setembro. Na primeira quinzena de junho, todo esse grupo já terá recebido a primeira vacina, segundo Cruz. Assim, a partir desse período há expectativa de que o restante da população já comece a receber as vacinas.

Segundo Cruz, o ministério negocia com Pfizer e Janssen doses para campanhas de 2021 e do próximo ano, e outras 2,5 milhões de doses da Pfizer devem ser entregues em maio, disse Cruz.

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