Skate na veia e no Vitú


Por RENATO SALLES

26/02/2012 às 07h00

O domingo será de muitas manobras sobre quatro rodinhas em Juiz de Fora. Dois eventos vão movimentar a cena do skate juiz-forano hoje. Empossada no mês passado, a nova diretoria da Associação Juiz-forana de Skate (AJS) promove o encontro "Skateboard na veia com a AJS", em uma praça situada no cruzamento das avenidas Rio Branco e João Goulart, no Bairro Graminha, próximo ao Carrefour. A concentração começa a partir das 15h. Além disso, a AJS também apoia o Game do Vitú, que será disputado na Praça Teotônio Vilela, no Bairro Vitorino Braga, às 14h. Qualquer praticante pode participar da competição na qual os skatistas serão divididos em chaves, competindo entre si até que seja definido o melhor do dia. As inscrições custam R$ 2 e podem ser feitas até momentos antes da disputa. O campeão leva a bolada arrecadada.

"O encontro é itinerante e faz parte de uma política adotada pela antiga diretoria, que propõe uma reunião aberta a todos os skatistas sempre no último domingo do mês. Este ano, fizemos uma enquete através das redes sociais para definir o local. Lá, será possível praticar várias modalidades do esporte, como o downhill, que é o longboard, e o street, em rampas colocadas no local. A ideia é reunir a galera e se divertir", explica Brunner Lopes, primeiro tesoureiro da AJS, sobre o evento no Graminha.

O primeiro secretário da associação, Igor Vieira Marques, explica como vai funcionar o Game do Vitú. "É uma adaptação de um desafio comum no street. Um skatista compete com o outro realizando manobras de chão. Quem erra tem que escrever uma letra no chão, até formar a palavra ‘skate’. No caso da disputa do Vitorino Braga, quem escrever ‘Vitú’, que é a forma como chamamos a pista, está eliminado."

 

Experiência e disposição

O apoio a encontros e eventos ligados ao skate é apenas uma das propostas da nova diretoria da Associação Juiz-Forana de Skate (AJS). Entre as propostas do grupo estão a realização de uma "skateata", no dia 21 de outubro; a organização de excursões para cidades com pistas consideradas "skatáveis"; a busca pela concretização do sonho de ter um espaço coberto para a prática do esporte, entre outros.

"Nosso principal objetivo é dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito pela AJS desde sua fundação. Vamos seguir lutando pelos interesses dos skatistas em todas as áreas", afirma Brunner Lopes, primeiro tesoureiro da atual diretoria e reminiscente da gestão anterior.

Novato na equipe que organiza a modalidade na cidade, Igor Vieira Marques, primeiro secretário, afirma que a renovação é fator motivador para que a associação alcance seus objetivos. "É legal ver que temos sangue novo. Chegamos com vitalidade para conseguir que o esporte seja reconhecido de forma efetiva em nossa cidade."

Novatos e veteranos concordam em quase todos os pontos, e são unânimes naquilo que consideram sua maior força: a coletividade. "A união de todos é muito importante. É preciso que a associação continue trabalhando pela unificação de todas as modalidades. Temos uma tradição de bons skatistas, alguns já tendo disputado campeonatos de âmbito estadual e nacional. Isso mostra nossa força", avalia William Oliveira, segundo tesoureiro.

 

Melhoria das pistas: velha reivindicação

Uma das principais lutas da Associação Juiz-forana de Skate (AJS) é por melhores condições da cidade. Segundo os diretores, atualmente, existem aproximadamente 20 pistas para a prática do skate na cidade, todas elas públicas. Porém, apenas três apresentam condições razoáveis para o bom desempenho e a segurança dos esportistas.

De acordo com Pablo Lacerda "Suicida", integrante do Conselho Fiscal da AJS, entre as "skatáveis" estão as pistas da Praça Antônio Carlos, no Centro, e dos bairros Vitorino Braga e Linhares. "A situação é bem precária, e mesmo nesses locais somos obrigados a conviver com buracos, o que provoca muitas quedas. Os prejuízos são grandes e vão desde físicos, com lesões e machucados, até financeiros, com a perda do equipamento."

Apesar das reclamações com relação às condições das pistas, a nova diretoria ressalta que houve evolução em relação às conversas com o poder público. "Estamos conseguindo um maior contato. Sabemos que é algo difícil. Mas, em algumas situações, queremos apenas que os buracos sejam tapados", afirma Pablo.

William Oliveira, segundo tesoureiro, também acredita em uma melhor disponibilidade da Prefeitura com relação às reivindicações dos skatistas. "Nosso intuito sempre foi em prol da interação. Hoje, percebemos que o diálogo está aberto. Temos participado de reuniões. Isso já é um começo,mesmo que as ações efetivas ainda sejam tímidas."

 

Lajinha

Uma das grandes esperanças dos skatistas está na possibilidade de construção de um nova pista no parque da Lajinha. Em setembro do ano passado, o então secretário nacional de Esporte, Educação, Inclusão Social e Lazer, Wadson Ribeiro, assinou o protocolo de liberação de R$ 250 mil para projetos de estrutura esportiva na cidade, que contemplaria a obra. "Só queremos o direito de participar dos projetos. Estamos oferecendo uma consultoria gratuita", define Brunner.

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