Maioria na Câmara pede revisão de decreto da PJF que restringe horário de ônibus
Vereadores entendem que supressão do serviço entre 20h e 5h resulta em desassistência para a população
O tom geral na Câmara foi de críticas ao decreto da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), que limitou a circulação dos ônibus do sistema de transporte coletivo urbano da cidade entre 5h e 20h, regra válida deste esta segunda-feira (15). Vários vereadores se manifestaram contrários à decisão e se posicionaram pela revisão da determinação do Poder Executivo, alegando, principalmente, que a deliberação deixa a população desassistida.
André Luiz (Republicanos) e Bejani Júnior (Podemos), por exemplo, destacaram que a população que mora em áreas periféricas poderiam até ter sua capacidade de locomoção pela cidade comprometida em um momento de grave crise sanitárias, o que dificultaria, por exemplo, o traslado de pessoas para atendimentos médicos e situações emergenciais.
Os vereadores Tiago Bonecão (Cidadania) e Sargento Mello Casal (PTB) questionaram, por exemplo, as alegações do Município de que a restrição do horário de funcionamento dos ônibus trata-se de uma adequação às deliberações estaduais que colocaram Juiz de Fora e região na onda roxa do programa Minas Consciente, que, entre outros pontos, estabelece restrições à circulação de pessoas nas ruas após as 20h.
Nesta terça, em entrevista à Tribuna, o coordenador de Gestão da Superintendência Regional de Saúde (SRS/JF), Tiago Abreu, afirmou que as restrições estabelecidas pelo Estado não implicam em interrupção da oferta de ônibus. “O artigo 6º da deliberação que estabelece a onda roxa é claro em dizer que o município tem que manter o transporte público”, disse.
Horário da publicação
Outro ponto bastante criticado foi a forma com que se deu a decisão. O decreto que trata da restrição dos horários de funcionamento dos ônibus foi publicado às 19h20 desta segunda-feira, entrando em vigor de forma imediata. Tal situação pegou muitos desprevenidos, provocando desassistência.
Presidente da Câmara e colega de partido da prefeita Margarida Salomão, o vereador Juraci Scheffer (PT) também se disse surpreendido pelo decreto. Líder do PT, a vereadora Cida Oliveira (PT) também classificou como um erro a situação provocada pelo decreto da Prefeitura nesta segunda-feira.
Outra integrante da bancada petista na Casa, a vereadora Laiz Perrut (PT) lamentou os transtornos trazidos pela forma corrida como as medidas foram colocadas em prática, contudo, considerou que a medida objetiva garantir que o toque de recolher determinado pela onda roxa do Minas Consciente seja cumprido.
Líder do Governo na Câmara, o vereador Marlon Siqueira (PP) afirmou que a medida está em seu segundo dia e admitiu a possibilidade de uma reavaliação por parte do Poder Executivo.
Outros vereadores manifestaram preocupação com os reflexos do decreto, como Antônio Aguiar (DEM), Vagner de Oliveira (PSB), Kátia Franco Protetora (PSC), Maurício Delgado (DEM), João Wagner Antoniol (PSC), Nilton Militão (PSD), Tallia Sobral (PSOL) e Julinho Rossignoli (Patriota).