MST doa 1,5 toneladas de alimentos para 200 famílias em JF
Trabalho coletivo mobilizou outras entidades para oferecer produtos agroecológicos para famílias em situação de insegurança alimentar
Ao longo do ano, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST) chegou a doar mais de 20 toneladas de alimentos para famílias que estão em situação de vulnerabilidade social em todo o estado, especialmente em função das consequências da pandemia do coronavírus. No último fim de semana, por meio da Campanha Periferia Viva- Vamos Precisar de Todo Mundo-, o MST realizou a Ação Natal Solidário, que levou 1,5 toneladas de alimentos produzidos pela reforma agrária para 200 famílias dos bairros Santa Cândida, Vitorino Braga, São Benedito, Ipiranga, Nossa Senhora Aparecida, Vila Alpina e Vale Verde. Parte das cestas foi entregue nas residências e a outra parte foi disponibilizada no Centro de Referência de Direitos Humanos de Juiz de Fora (CRDH), com a adoção de cuidados, como o uso do álcool em gel e máscara, além do distanciamento social.
De acordo com a membro do MST, Michelle Neves, essa ação é um retorno, em forma de solidariedade, na perspectiva de mostrar o retorno do trabalho com a reforma agrária. “É um alimento saudável para quem precisa, ainda mais nesse momento de pandemia, em que a fome volta a estar presente no país.” Em Juiz de Fora, esse trabalho tem sido feito junto com o Coletivo Vozes da Terra e com o Levante Popular da Juventude. Em novembro e dezembro, o CRDH também participou da distribuição dos alimentos.
Com as dificuldades causadas pela pandemia, com os projetos voltados para a agricultura familiar paralisados, foi preciso reinventar a forma de fazer, segundo Michelle. Por isso, foi desenvolvida a cesta agroecológica, que pode ser adquirida por site. Para a ação, foram pedidas doações de R$ 15 para quem quisesse contribuir.
“Para nós, que estamos na roça produzindo e, graças a Deus, temos condições de produzir e dividir um pouco do que temos, isso contribui para a construção da sociedade na qual a gente acredita, com a reforma agrária popular, que é a principal bandeira do MST.” Conforme Michelle, não é doado apenas o que sobra do produção, mas também há partilha. São alimentos cultivados sem agrotóxicos, produzidos pelas mãos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, que também precisam vender o fruto de seus esforços.