Boletim da UFJF aponta aumento preocupante de casos de coronavírus
Relatório da plataforma JF Salvando Vidas registra crescimento de contaminações nas duas últimas semanas
Nas duas últimas semanas, Juiz de Fora teve aumento expressivo na proliferação de casos de coronavírus. A conclusão consta na 15ª edição do boletim informativo da Covid-19, publicado por alunos da Faculdade de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) na plataforma JF Salvando Todos. O levantamento chama a atenção para o maior índice de transmissão do vírus em cinco meses, além da piora nos índices de toda a Zona da Mata.
Piora local
Entre 9 e 23 de novembro, os dados epidemiológicos do município saíram de 7.494 casos confirmados e 272 vítimas fatais da Covid-19 para 8.707 contaminações e 296 vidas perdidas, crescimentos de, respectivamente, 16,2% e 8,8% em duas semanas. Os acadêmicos também destacam as 445 novas infecções e 16 óbitos contabilizados entre os últimos dias 15 e 21, significando aumento 25% maior do que a semana anterior em relação aos casos confirmados, e expressivo crescimento de 167% em relação às vítimas fatais.
No último dia de análise, 23 de novembro, o número de Reprodução Efetivo (Rt) estava em 1,04. Ou seja, uma pessoa contaminada transmite o vírus para, em média, 1,04 pessoa, indicando uma estabilização com pequena tendência de aumento na proliferação. No entanto, há momentos de pico, como o registrado no dia 13, quando o Rt chegou a 1,85, maior índice desde o dia 19 de junho.
Zona da Mata
De acordo com o relatório, em 23 de novembro, a Zona da Mata registrava média de 291 novos casos e sete mortes associadas à Covid-19 diariamente. Naquela semana epidemiológica, foi notado um aumento de 18,9% nas contaminações e 27,6% no número de óbitos em relação à semana anterior. Até o dia 23 de novembro, a Zona da Mata totalizava 34.426 casos confirmados e 982 vidas perdidas.
Aumento no isolamento social
Tendo por base dados do Google Mobility, o grupo da UFJF apontou um possível aumento no índice de isolamento social em Juiz de Fora. Estima-se que no último dia 20 havia um percentual 11% maior de pessoas em casa, com relação ao período de referência anterior ao início da pandemia.
A análise também demonstra uma queda na ida das pessoas aos seus locais de trabalho, indicando uma segunda onda de adesão ao trabalho remoto. A frequência de ida a parques e espaços de lazer sofreu uma redução de 25% menor do que o período de referência.