Prédio com estrutura danificada fica interditado até esta quarta-feira
Equipe irá reunir novamente para avaliar danos na estrutura; nome de responsável não é divulgado
O edifício localizado na Avenida Rio Branco, altura do Bairro Cruzeiro do Sul, Zona Sul de Juiz de Fora permanecerá interditado até quarta-feira (2). A ação do Corpo de Bombeiros foi ratificada pela Defesa Civil e ocorreu após a constatação de que há danos na estrutura que sustenta o prédio. Dos 20 apartamentos do prédio, 14 estavam ocupados, e as famílias precisaram deixar o local, diante do risco de desabamento. Outros 25 imóveis das ruas Sarandira e Água Limpa no Bairro Santa Luzia, que ficam nos fundos, também tiveram que ser interditados, sendo que 31 famílias desocuparam seus lares, preventivamente. No total, são 46 famílias desalojadas.
A Defesa Civil afirmou que o prédio é uma obra de mais de 30 anos e está regularizada. A pasta, entretanto, não informou o nome do responsável pela construção. A Tribuna esteve no local e não encontrou placa que indicasse o nome da empresa. Os moradores também não informaram o nome do responsável. O problema começou no final da tarde de domingo, quando os moradores ouviram um forte baralho no prédio e, preocupados, começaram a deixar seus apartamentos.
Na manhã desta segunda, técnicos e engenheiros da Defesa Civil estiveram no local para vistoriar o edifício e conversar com a comunidade do entorno. Segundo o coordenador da pasta, Jefferson Rodrigues, as interdições deverão permanecer durante as próximas 48 horas, enquanto a empresa responsável pela construção do prédio seguirá monitorando o edifício. Após o período de observação, deverão ser iniciadas as obras de recuperação da estrutura fragilizada.
“Nós vamos aguardar até quarta-feira para saber se vai ter algum tipo de evolução. Ao mesmo tempo, a empresa (de engenharia, responsável pela intervenção) vai montar o canteiro e trazer o material para, na quarta, caso permaneça a situação, já comece a fazer a estabilização do edifício”, explicou Rodrigues. Após a segurança da estabilização da estrutura, serão investigadas as causas da instabilidade do prédio.
Pela manhã de segunda, também foi feita a retirada de todo o conteúdo da caixa d’água utilizada pelos moradores dos apartamentos, que somava 14 mil litros, para aliviar o peso sobre o edifício fragilizado. “É uma medida de prevenção, tomada para que a gente evite qualquer tipo de problema”, afirma o coordenador da Defesa Civil.
Conforme o Corpo de Bombeiros, após esvaziamento completo da caixa d’água, as equipes passaram a conduzir as famílias do prédio aos apartamentos para retirada de documentos, medicamentos e objetos essenciais. A mesma ação também ocorre com os imóveis interditados nas proximidades. Ainda segundo a corporação, a estrutura está estável, ou seja, não houve movimentação desde domingo. Entretanto, os bombeiros reforçam que as obras estruturais devem ocorrer a partir desta quarta.
Moradores reclamam de vazamento de água
O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a ocorrência por volta de 17h30 de domingo (31). De acordo com Emanuela Calazans, filha de uma das moradoras que teve um imóvel interditado preventivamente, houve um barulho intenso vindo do prédio, o que levou a população do entorno a deixar suas casas. “Os vizinhos estavam batendo pedindo para sair às pressas, e a rua estava tomada de gente”, relatou à reportagem. “Eu estou protegida, minha família também.”
Ainda segundo Emanuela, o edifício vinha sendo motivo de preocupação por conta de um possível vazamento que era observado nos fundos. Nesta mesma semana, de acordo com a moradora, ocorreu um escoamento de água na rua aos fundos do prédio, que teria sido solucionado pela Cesama. “Já é uma tragédia anunciada de muitos anos, mas a gente fica achando que não vai acontecer”, desabafa.
À reportagem, outros moradores da região relataram problemas de rachaduras nos prédios vizinhos e de vazamentos de água nas vias. As questões foram repassadas para a Defesa Civil que, de acordo com o coordenador, Jefferson Rodrigues, se comprometeu a investigar, juntamente com a Cesama, os questionamentos dos moradores.
Em nota, a Cesama informou que, em 23 de agosto, efetuou um reparo de vazamento de água na Rua Sarandira. No entanto, o serviço foi realizado em um ponto distante da ocorrência no referido imóvel. Ainda em nota, ressaltou que a “companhia também não localizou ocorrências de vazamento oriundas do imóvel em si”.
Trânsito no local
Outro ponto de preocupação é o trânsito de veículos pesados pelo trecho da avenida onde está localizado o prédio, na altura do número 5.144 da Avenida Rio Branco. Uma medida de segurança deve ser articulada entre a Defesa Civil e a Secretaria de Transportes e Trânsito da Prefeitura de Juiz de Fora (Settra/PJF). “Nós também temos que tentar diminuir a velocidade dos caminhões mais pesados que passam aqui e pedir a Guarda Municipal para proteger as casas interditadas”, completa Rodrigues.
Conforme informou a Settra, agentes de trânsito estão no local para orientar quanto à velocidade. Por meio da assessoria da pasta, o gerente do Departamento de Fiscalização, Paulo Péron, informou que o trânsito na Avenida Rio Branco, sentido Bairro Cruzeiro do Sul, está interditado, sendo desviado para a Rua Ibitiguaia, com acesso pela Rua Porto das Flores, no Bairro Santa Luzia. No sentido contrário, em direção ao Centro, a pista está com estreitamento nas proximidades do prédio interditado pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros. “O estreitamento é para afastar o fluxo o mais distante possível do prédio e evitar trepidação”, explica Péron.