Ossada encontrada debaixo de ponte é identificada
Segundo delegada, jovem teria sido estuprada antes de ser morta; suspeito é morador em situação de rua
A Polícia Civil concluiu inquérito que investigava o caso de uma ossada humana encontrada enterrada em uma cova rasa embaixo da ponte de Santa Terezinha, Região Nordeste de Juiz de Fora, em janeiro deste ano. Segundo a delegada Ione Barbosa, titular da 4ª Delegacia Distrital, os restos mortais são de uma jovem de 23 anos. Ela estava sumida desde outubro passado e, segundo a delegada, era usuária de crack. O suspeito do crime é um homem em situação de rua, 29, que já está preso. Ele é apontado como sendo o autor de outros dois estupros, ocorridos em outubro passado e que tiveram como vítimas usuárias de drogas que teriam sido escolhidas por sua vulnerabilidade.
A ossada foi vista por uma pessoa que passava pelo local. Polícia Militar e Corpo de Bombeiros foram até a ponte, no dia 11 de janeiro, e, ao chegarem, uma mulher que reside no mesmo espaço em que o corpo foi encontrado já havia iniciado a escavação, retirando alguns ossos.
De acordo com Ione Barbosa, o primeiro passo foi a confirmação da identidade da morta, que foi feita por meio de exame de DNA realizado pela Polícia Civil, em Belo Horizonte. “A família da vítima procurou a delegacia, foram colhidos materiais genéticos e enviados para Belo Horizonte. O resultado apontou que os ossos pertencem à jovem”, explicou. Depois disso, as investigações se abriam em três linhas, com suspeitos e motivações diferentes, sendo duas delas descartadas pela delegada.
Delegada aponta que suspeito premeditava os estupros
O possível envolvimento do morador em situação de rua veio à tona depois que os investigadores descobriram que ele teria estuprado duas mulheres em outubro. Segundo ela, em ambos os casos ele agrediu as mulheres. Uma delas, conforme Ione, teve mãos e pés amarrados da mesma forma que a jovem assassinada. Elas seriam namoradas. “As duas que sobreviveram só não foram mortas pois tiveram sorte de alguém passar e flagrar a ação dele. Com a moça que teve os pés e mãos amarrados, ele agiu também debaixo da ponte, onde os ossos foram encontrados. Depois de estuprar e amarrar a mulher, ele estava com uma enxada nas mãos, possivelmente para matá-la, mas foi surpreendido por um senhor que passava. Já o caso da segundo estuprada, que ocorreu dentro de um carro abandonado, ele chegou a dar uma facada na vítima, mas ela escapou, pois a sua companheira passou e viu”, comentou.
Para Ione, o suspeito premeditava os crimes e escolhia as vítimas. “Nos três crimes, ele é suspeito de ter agido da mesma forma: era usuário de droga e aguardava as vítimas fazerem o uso dos entorpecentes. Em seguida, quando elas não tinham mais a capacidade de discernir o que estaria acontecendo, ele praticava o crime de estupro”, contou.
Segundo a delegada, o homem está preso em cumprimento de uma sentença de roubo, porém, será solicitada a prisão preventiva em decorrência destes crimes apurados. No caso da jovem de 23 anos, ele responderá por estupro de vulnerável, por ela estar drogada e em situação de vulnerabilidade, combinado com homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em relação às outras duas vítimas, ele responderá por estupro de vulnerável e estupro de vulnerável qualificado. O inquérito policial será enviado à Justiça ainda nesta semana.