TRE realiza plantões para cadastro de biometria em JF
Com a demanda em crescimento, as unidades farão plantões de atendimento aos sábados, nos dias 18 e 25 de janeiro
A pouco mais de um mês para esgotar o prazo para o recadastramento biométrico, as filas nos três postos de atendimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Juiz de Fora estão visivelmente maiores. Com a demanda em crescimento, as unidades farão plantões de atendimento aos sábados, nos dias 18 e 25 de janeiro. O calendário de fevereiro do TRE ainda está em aberto, de modo que novos plantões podem ser incluídos. Tendo em vista que, até o momento, um total de 249.760 pessoas compareceram (61,96% do total de eleitores), o desafio é incluir todos os cidadãos juiz-foranos aptos ao voto na nova regra. Ainda faltam 153.327 eleitores, 38,04% do total. O prazo vence em 21 de fevereiro.
Conforme a chefe do cartório eleitoral de Juiz de Fora, Vilma Sinotti, como não há previsão de extensão do prazo final, é preciso acompanhar como a demanda se comportará nas próximas semanas. “Os horários de agendamento estão esgotando muito rápido. Não tem outro modo, as pessoas precisam verificar pelo site. Também seguimos com o atendimento, dentro da nossa capacidade, dos eleitores que não conseguiram agendar.” Na segunda-feira (13), por exemplo, 1.968 pessoas fizeram a biometria nos três postos, comenta Vilma. No site do TRE, as vagas são atualizadas às segundas, quartas e sextas-feiras, por isso é recomendado verificar constantemente a disponibilidade.
Além da necessidade da biometria para exercer o voto, Vilma destaca que o título é um dos documentos obrigatórios, exigidos dos brasileiros. A chefe do cartório lembra a quem não fez a biometria ainda, que é preciso apresentar documento de identidade, CPF e comprovante de residência atual. Para os homens que fizerem o título pela primeira vez, além dessa lista, é preciso levar o alistamento militar ou certificado de reservista. O horário de atendimento dos três centros é de 10h às 18h. O plantão aos sábados acontecerá das 9h às 15h. Em todos os casos, há distribuição de senhas. Os pontos de atendimento são: ônibus estacionado no Shopping Jardim Norte (até 31 de janeiro), Câmara Municipal e Centro de Atendimento ao Eleitor, localizado na Avenida Presidente Itamar Franco.
Na fila
Nem o tempo carregado, com ameaça de chuva, espantou os eleitores que formaram uma longa fila na porta do Centro de Atendimento ao Eleitor na terça-feira. Correndo para não deixar a obrigação para a última hora, a diarista Maria de Fátima da Silva saiu do trabalho e pegou uma das senhas do dia. Por volta das 16h, ela já esperava há 30 minutos por atendimento. Segundo Maria de Fátima, a fila tinha andado pouco até então, mas ela não desistiria de sair de lá com o título atualizado. “Eu penso que o atendimento deveria ir até o bairro das pessoas para ser mais acessível. Nós saímos do trabalho e temos que ficar em pé na fila toda vida. Esse tipo de serviço tinha que ser facilitado.” Ainda de acordo com ela, encarar a fila ainda é melhor do que adiar e deixar ainda mais para cima da hora. “É cansativo, mas vou voltar com menos uma preocupação para casa.”
Já o marceneiro Rogério Arantes Alvim fez o agendamento e não teve que aguardar na fila. “Marquei o horário pela internet na semana passada. Não tive problemas para conseguir, mas sei que tem muitas pessoas reclamando, porque são poucos horários.” O que demorou, no caso dele, foi ter que pagar uma taxa, porque deixou de votar na última eleição e não justificou. Nos dois casos, tanto o de Maria, quanto o de Rogério, a insatisfação com os políticos foi um dos motivos que motivou a demora no comparecimento. “Deixei de me empolgar para votar. Mas, como somos obrigados, não tem muito jeito”, contou a diarista.
Vilma salienta, no entanto, que o eleitor não deve se abster de fazer o documento dentro do prazo, em função do descontentamento com a política, porque há consequências, como o impedimento do acesso a outros serviços. “Não é só para votar. Ainda precisamos da quitação eleitoral para tirar outros documentos, como passaporte, carteira de identidade, CPF, ingresso em carreira pública e curso superior.” Para ela, votar consciente não é uma questão de só fazer boas escolhas. “Não podemos dizer apenas que votamos em beltrano ou ciclano, mas também precisamos acompanhar o trabalho dele. O voto vai muito além da urna. As pessoas estão cobrando a atuação de seus candidatos? Não temos essa cultura que deveria ser incentivada”, avalia.