Reflexões – novembro: mês da consciência negra
Lutar contra o racismo e por uma sociedade igualitária ao mesmo tempo. Com muita luta, foi instituído o Dia Nacional da Consciência Negra. Já tivemos avanços importantes, como o lançamento da Política Nacional de Saúde da População Negra através da Portaria 992 de 13 de maio de 2009, o qual tenho a honra de ajudar em sua construção.
O dia 20 de novembro é uma data em que se lembra a morte de Zumbi, que ocorreu em 20 de novembro de 1695. Zumbi e sua companheira Dandara são nossos heróis. Deveriam ser respeitados por todo o povo brasileiro. Dandara esteve à frente das principais revoltas da Bahia.
Pesquisas mostram que, tanto no sistema público quanto no privado, existe o racismo institucionalizado. Estão em desvantagem grupos raciais e étnicos para acessar benefícios gerados pelo estado e por demais instituições. Dados nos mostram, por exemplo, que existe uma diferença no tempo de atendimento médico entre mulheres brancas e negras. As mulheres negras recebem menos tempo de atendimento médico que as mulheres brancas, embora as mulheres negras representem 60% das vítimas da mortalidade materna no Brasil.
Com relação ao parto, somente 27% das mulheres negras tiveram acompanhamento, sendo que 46% das mulheres brancas foram acompanhadas. Sem deixar de mencionar uma série de violências obstétricas sofridas principalmente pelas mulheres negras. Temos um grande desafio, saúde de qualidade para todos e todas e sem racismo.
Nós negros somos mais da metade da população.
De toda a nossa população, 52% são mulheres e são representadas no Parlamento por apenas 77 mulheres. Da presença de mulheres negras nem se fala, de tão baixa em números.
A violência obstétrica tem como vítima 65,9% de mulheres negras (conforme Fiocruz).
Só estão no mercado de trabalho apenas 25% de mulheres negras e em posições com menor qualificação e consequentemente com menores salários.
Negros e negras recebem em média 50% a menos que os brancos e as brancas.
Nossa juventude negra precisa ter seu espaço, para divertir, buscar o esporte, a cultura e amar.
Neste novembro, precisamos de muita reflexão sobre a sociedade que almejamos. Ou seja, uma sociedade igualitária a todos e a todas. Viva ZUMBI, viva DANDARA.
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