Cortes do Governo deixam marcas em JF
Dizer que a educação é premissa básica para o desenvolvimento social é um consenso. Poderíamos afirmar estar sofrendo um regresso nesse âmbito, diante dos recorrentes cortes do Governo nessa engrenagem tão importante da sociedade? Seria a diminuição dos investimentos na educação a solução para o nosso país?
A intenção de possíveis cortes no Sistema S (conjunto de nove empresas voltadas para treinamento profissional, assistência técnica e social, consultoria e pesquisa) vem dando alertas em Juiz de Fora. O Sesi, importante órgão na formação de profissionais técnicos, anunciou recentemente a não continuidade da ministração do ensino médio integrado, a partir de 2020. Tal comunicado aconteceu por meio de reunião após evento agendado com os pais dos alunos, atendendo a regulamentação de avisá-los, no mínimo, 90 dias antes do encerramento das atividades. Essa instituição, tão consagrada no mercado nacional por formar profissionais Brasil afora, foi atingida diretamente nesse momento. Sem dúvida alguma, trata-se de uma perda gigante para o juiz-forano, pensando a curto, médio e, principalmente, a longo prazo.
Ainda que uma das principais questões para resultar no fim dessa atividade seja o baixo número de alunos por turmas, e isso estar diretamente ligado à localização da instituição, é um fato a se lamentar. Diversos jovens já ingressam no ensino médio buscando uma formação técnica, visando concluir essa etapa já aptos a serem inseridos de imediato no mercado de trabalho. Isso ocorre por diversos fatores, quase sempre, ligados diretamente à realidade em que se encontram, pois veem no trabalho a oportunidade de mudá-la.
Não há políticas públicas que sejam eficazes no combate a problemas sociais, cortando investimentos primordiais para a construção e a evolução de um cidadão. Essa porta não se fecha só para o aluno que deixa de ter essa opção, mas para a sociedade, que será afetada em um efeito cascata.
Além disso, é importantíssimo lembrar que não somente os alunos estão sendo prejudicados com essa “bomba” anunciada inesperadamente, mas também os docentes, que estão correndo contra o tempo para se realocar em cidades vizinhas.
Chega a ser chocante ver que, pouco tempo atrás, era veiculado o interesse da instituição em inaugurar outra sede próxima ao Shopping Jardim Norte. Visaria facilitar o deslocamento, sendo mais atrativo para os alunos, e agora esse importante investimento foi colocado em “stand by”. Essa engrenagem, que já vem passando por momentos delicados há anos, sofre mais esse retrocesso. Um duro golpe. A educação não pode deixar de ser prioridade. Sem educação não há evolução.