Volume de negociação virtual cresce entre bancos e seus clientes
Acordos feitos de forma virtual já representam 40% do total
A negociação online para quitar dívidas de clientes e empresas avança em plataformas e aplicativos oferecidos pelos principais bancos do país. Conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os acordos feitos de forma virtual já representam até 40% do total em algumas instituições financeiras, e a estimativa é que, dentro de dois anos, as negociações on-line ultrapassem as presenciais, aquelas feitas nas agências.
De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, atualmente, 35% das transações bancárias são feitas pelo mobile banking. Se somado ao internet banking, as operações eletrônicas totalizam 57%. Os motivos, segundo especialistas do órgão, é a conveniência, ou seja, não ter que se deslocar até uma agência e ter mais flexibilidade de horário para realizar a negociação. Outra razão é o não contato telefônico, para evitar situações que possam causar constrangimentos.
Contudo, a Federação destaca que, independentemente da forma de negociação escolhida pelo consumidor (on-line ou presencial), cada banco possui políticas de monitoramento dos consumidores endividados e adota medidas preventivas e ações voltadas à orientação financeira. As instituições enviam ao cliente, se solicitado, documentos e demonstrativos que apresentem a evolução da dívida, para que possam entender a composição dos valores apresentados. Estas medidas estão previstas no Normativo de Tratamento e Negociação de Dívidas, lançado em agosto de 2017 pelo Sistema de Autorregulação Bancária da Febraban. O documento ainda estimula o uso da plataforma “consumidor.gov.br“, do Ministério da Justiça, principal instrumento usado nos mutirões de negociação de dívidas organizados pelos Procons. Para se ter uma ideia, em 2018, foram realizados 45 mutirões com índice de acordo próximo de 80%.
A Febraban ressalta que o atual cenário econômico torna ainda mais relevante a busca de serviços mais eficientes e que estimulem os consumidores a tomarem decisões mais conscientes na hora de quitar as dívidas e recuperar o crédito. Segundo dados do indicador de inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), no ano passado, o país chegou a 62,6 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas, ou seja, 41% da população adulta brasileira.