Véspera da volta à aulas tem papelarias lotadas em JF
Adiamento das atividades na rede municipal deve prolongar compra
Às vésperas do fim das férias para os alunos das escolas particulares, as papelarias ficaram lotadas em Juiz de Fora, com disputa de espaço nas prateleiras e fila para fazer o pagamento e levar o material para casa. Apesar do tumulto verificado nesta sexta-feira (1º), o adiamento do início do ano letivo na rede municipal para 18 de fevereiro, no entanto, promete diluir um pouco a demanda, prolongando o movimento até bem perto do encerramento do horário especial de funcionamento do setor: 15 de fevereiro. Os estudantes da rede estadual retornam às salas de aula no dia 7.
“O nosso movimento está bombando”, comemora o gerente da Graffite, Guilherme Assis. “A loja está lotada, está até ruim de andar.” Conforme o gerente, a Graffite fechou janeiro com alta nas vendas. Contando também a demanda deste mês, a expectativa é de conseguir incremento de, no mínimo, 10% na comparação com igual período do ano anterior. Na sua opinião, o fato de o Carnaval ter caído em março favorece o setor. Já o funcionamento em horário estendido, avalia, facilita as vendas, principalmente para os pais que gostam de levar os filhos às compras. “Nas duas últimas horas do dia, o clima fica mais fresco, e a papelaria, menos cheia.”
Tradicionalmente, afirma, os pais deixam a escolha dos cadernos e do lápis de cor para as crianças, enquanto completa a lista com produtos mais baratos, equilibrando o orçamento. “Os cadernos com capas de personagens são os preferidos da criançada.”
Segundo o proprietário da Anapel, Luiz Henrique Fazza, o movimento começou a aquecer na segunda e estava muito bom nesta sexta, com fila na porta. Na sua opinião, o adiamento do início das aulas na rede municipal deverá prolongar o período de compras, favorecendo o setor. Com a experiência de mais de 20 anos no varejo, Fazza afirma que a maioria dos consumidores entra na loja e faz as compras, mas há muitos pedidos de orçamento em curso, o que pode resultar em vendas efetivas nos próximos dias. “A grande maioria compra os produtos mais baratos.” Na Anapel, a expectativa é de vendas até 10% maiores ante o ano anterior.
O proprietário da Papelaria Mec, Daniel Ângelo Braga, comenta que o movimento está bom, mas esperava por correria nesta sexta. Com o adiamento adotado pela Prefeitura, ele acredita que alguns pais priorizaram outros orçamentos, postergando o momento de compra do material escolar. A expectativa é de que a demanda se pulverize e se prolongue durante a primeira quinzena do mês. “Ficamos um pouco mais apreensivos, porque fizemos contratações e planejamentos em cima do calendário inicial. Tivemos que reprogramar a estratégia.” Na sua opinião, nos últimos três anos, quando o orçamento começou a ficar mais apertado, os consumidores têm feito mais pesquisa, buscando outros fornecedores, com o objetivo de quitar a lista sem impactar o orçamento. Na Mec, a expectativa também é de aumento das vendas em até 10%.
Aumento do material escolar não supera inflação
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) aponta que houve alta nos preços dos materiais escolares na comparação com o ano passado, mas os aumentos não superaram a inflação acumulada, medida pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC). Entre janeiro e dezembro de 2018, os materiais escolares subiram, em média, 1,02%, enquanto a inflação acumulada pelo IPC-S chegou a 4,32%. A alta não considera a variação dos livros didáticos e não didáticos.
Apesar do resultado, os pais precisam lançar mão da boa e velha pesquisa de preços para economizar nas compras, já que existe grande diferença de preço entre lojas. De acordo com o estudo feito pelo economista do IBRE André Braz, os produtos e serviços que apresentaram alta, além dos materiais escolares, foram: transporte escolar (5,19%), livros didáticos (0,50%) e livros não didáticos (0,46%). “Ao longo de janeiro, alguns desses itens podem sofrer variação em função da procura, que se intensifica com o início do ano letivo. De todo modo, a variação ficou bem abaixo da inflação acumulada no período”, explicou o economista.
Horário especial segue até o dia 15
Segue, até o dia 15 de fevereiro, o horário especial de funcionamento das papelarias e livrarias de Juiz de Fora. Conforme acordo de condições especiais de trabalho firmado entre o Sindicato do Comércio (Sindicomércio-JF) e o Sindicato dos Empregados no Comércio (SEC), os estabelecimentos estão autorizados a funcionar em horário estendido, das 8h30 às 20h, de segunda a sexta-feira, e das 8h30 às 16h, aos sábados.
“O objetivo é permitir que os consumidores que trabalham durante o horário comercial tenham a oportunidade de pesquisar preços com tranquilidade”, explicou o presidente do Sindicomércio-JF, Emerson Beloti. Para o comércio, a volta às aulas é considerada o ‘Natal’ das papelarias e livrarias, devido ao volume de vendas no período.