Setor de meias se organiza para propor medida antidumping
O objetivo é proteger a indústria nacional e o mercado da invasão de produtos chineses e paraguaios
Os empresários do setor de meias de Juiz de Fora se mobilizam para propor uma medida antidumping ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, com o objetivo de proteger a indústria nacional e o mercado da invasão de produtos chineses e paraguaios. A medida consiste em provar ao Governo que há a entrada, no Brasil, de produtos provenientes de outros países, como China, Hong Kong e Paraguai, abaixo do preço de custo. O setor concentra cerca de 80 empresas em Juiz de Fora, sendo 97% micro e pequenas, que geram mais de mil empregos. Hoje, atua com cerca de 60% de ociosidade na produção. O faturamento não foi informado.
“O dumping está gerando distorções e, consequentemente, a redução da produção das indústrias do setor”, avalia o presidente do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF), Tadeu Monteiro, também vice-presidente do Sistema Fiemg e presidente do Centro Industrial de Juiz de Fora. “Percebemos que estava havendo uma invasão chinesa, e que esse problema estava ocorrendo em todo o país.” Segundo ele, os prejuízos gerados pela concorrência desleal foram levados à Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e, junto à associação, tem sido feita uma mobilização a nível nacional, envolvendo também empresários de São Paulo e Santa Catarina.
Para os empresários do setor, a medida considerada mais eficiente para enfrentar o problema é a proposta de antidumping, apesar do custo elevado, estimado em R$ 500 mil. Os preparativos para efetivação do processo administrativo estão em fase final. A expectativa é de que a apresentação oficial ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços aconteça até o final do mês. O trâmite é considerado demorado e pode levar até um ano. Se for caracterizado o dumping, explica o presidente, o Governo pode adotar medidas protetivas, como instaurar uma sobretaxa aos produtos oriundos de China, Hong Kong e Paraguai. “Trata-se de uma concorrência absolutamente desleal”, reforça.