Pesquisador alerta para falhas na alimentação de gestantes

Bioengenheiro, neuropsicólogo e psicofisiólogo pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Biofísica pelo Instituto Max Planck, na Alemanha, doutor em neurofisiologia pela Universidade Sorbonne Nouvelle, na França. A lista de títulos de Victor Mattos é grande. Ele esteve em Juiz de Fora no mês de julho para divulgar o BabySuply, suplemento alimentar para gestantes, elaborado juntamente com a nutróloga Alice Amaral. O pesquisador – e inventor – de 83 anos possui 22 patentes de equipamentos médicos registradas em todo o mundo.

A fórmula para suas criações, segundo Mattos, vem do estudo e dedicação. “Sou biofísico formado, e, com isso, me senti capaz de criar alguns equipamentos. De vez em quando, vejo um saindo da gaveta”, conta. A maioria dos seus equipamentos são relacionados a neurologia, voltados ao funcionamento cerebral e mental. Com tanto conhecimento para compartilhar, os poucos minutos de papo com o bioengenheiro facilmente se transformariam em horas, não fosse a agenda corrida. Em entrevista à Tribuna, Victor Mattos mostrou que a frase “conhecer o passado para entender o presente” faz mais sentido do que as pessoas acreditam.

Nutrientes a cada semana

Doenças crônicas, sequelas, dificuldades de locomoção e dores que não passam serviram como base para o estudo da memória pelo pesquisador. Isso, junto com anos de observação e experiência em relação a casos clínicos como estes, levaram Victor Mattos e a nutróloga Alice Amaral a trabalharem na formulação de suplementos para gestantes.

Uma falha na alimentação da mãe em relação a determinados nutrientes, necessários para o desenvolvimento do feto, pode influenciar no futuro do bebê. Mesmo nascendo em boas condições de saúde, a criança pode manifestar problemas quando mais velha e, geralmente, o tratamento é sintomático, sem de fato descobrir a causa. “Os remédios, muitas vezes, não atendem a causa primária do problema, e sim os sintomas apresentados, quando, na verdade, olhando por um prisma diferente, nós vamos ver que aquele problema foi devido a uma lacuna na formação do feto, que, por sua vez, foi devida a falta de um determinado elemento durante a gestação”, explica Mattos.

A questão da memória é que existe um fenômeno que faz com que a pessoa saiba exatamente quando ocorreu o problema. Para exemplificar, o bioengenheiro explicou o funcionamento da hipnose. Quando uma pessoa está em um transe hipnótico, passa por fases de aprofundamento, começando por algo próximo a um sono leve, até atingir uma condição de “estado sonambúlico”, de entrega ao hipnotizador. De acordo com Mattos, o profissional habilitado para fazer hipnose tem total controle sobre o indivíduo, exceto em casos de atentado a própria vida, devido a uma vigília interna contra a autodestruição. “Quando você hipnotiza uma pessoa doente, que manifesta alguma dor e não consegue se tratar, por exemplo, o hipnotizador pergunta porque ela tem aquele problema. Ela se recorda imediatamente da fase da gestação onde faltou um determinado elemento. Se o hipnotizador providencia essa substância que ela está dizendo que faltou, ela se cura”, explica. “Existe dentro de nós uma memória que faz com que saibamos de coisas durante o tempo da gestação. Isso é um fato. É possível lembrar de tudo, inclusive o que faltou na alimentação da sua mãe. O suplemento BabySuply está suprindo isso sem usar a hipnose.”

O suplemento para gestantes desenvolvido pela dupla irá oferecer nutrientes de acordo com a necessidade de cada semana, por meio de kits mensais. Por exemplo, o ácido fólico é uma vitamina fundamental nos primeiros meses de gravidez, assim, o BabySuply irá reforçá-lo no tempo necessário. “Os remédios, muitas vezes, não atendem a causa primária do problema, e sim os sintomas apresentados, quando, na verdade, olhando por um prisma diferente, nós vamos ver que aquele problema foi devido a uma lacuna na formação
do feto”

O sangue diz o que você deve comer

Uma das pautas defendidas por Victor Mattos é a alimentação por tipo sanguíneo, ou seja, o que o sistema digestivo de cada um está mais preparado para receber de acordo com o grupo de sangue. Muitos problemas são explicados pela alimentação mantida por um indivíduo. Pessoas do tipo sanguíneo A são “naturalmente vegetarianas”, enquanto do B podem privar-se de muitos problemas de saúde caso mantenham uma alimentação repleta de frutas. Já as do tipo O podem ser consideradas carnívoras. “Uma pessoa com tipo B, por exemplo, é comedora de frutas. Pode comer carne, mas não é sua base alimentar. O seu sangue tira da polpa das frutas os nutrientes necessários. Se não come fruta, quando chegar a uma idade avançada, pode ter problemas”, alerta o bioengenheiro.

Os remédios muitas vezes, não atendem a causa primária do problema, e sim os sintomas apresentados, quando, na verdade, olhando por um prisma diferente, nós vamos ver que aquele problema foi devido a uma lacuna na formação do feto.

Da mesma maneira que a carência de nutrientes na gravidez pode explicar disfunções de saúde, a busca pela causa de doenças também está relacionada a questão da alimentação enquanto adulto. “Ao procurar um médico, não acha o motivo exatamente (problema de saúde), porque ele está distribuído em anos de comida errada. Isso não faz parte da medicina convencional, faz parte da literatura médica, mas muitos médicos não aplicam normalmente.”

Precursor da Medicina Quântica

Tendo se especializado em Medicina Quântica Integral na Argentina, em 1990, Victor Mattos é considerado precursor da área no Brasil. Há quase 20 anos, o pesquisador ministra um curso de Biofísica Quântica Integral em São Paulo. A metodologia quântica possui uma abordagem relacionada às causas da doença em nível atômico, não apenas celular e orgânico. “A causa das doenças não é apenas uma causa disfuncional, bioquímica, ela é uma causa biofísica. Não existe a química sem a física, como não existe a bioquímica sem a biofísica. Problemas atômicos ou intracelulares, disfunções de elementos minerais que temos que ter como fonte de energia, contaminações por agrotóxicos, toxinas, enfim, tudo isso interfere no funcionamento celular e atômico, e as consequências são sintomas e doenças. A biofísica quântica, por lidar com átomos e moléculas, está na base de todas as disfunções orgânicas”, explica ele.

Questionado sobre a eficiência do método, Mattos garante que equivale a 99%, sendo possível tratar todas as doenças por meio da medicina quântica. “A medicina quântica é uma maneira de focar o problema de forma científica. Existem formas de medicina quântica que são mascaradas, no bom sentido, em outros critérios médicos, como, por exemplo, homotoxicologia, que é uma medicina quântica baseada em frequências e não em reações de substâncias. Existem várias maneiras de prescrever e fazer tratamentos usando recursos da física.”

Resistência

A medicina quântica surgiu como um complemento à medicina convencional, mas apesar dos avanços, ainda há resistência de alguns médicos e mesmo laboratórios em relação a metodologia. “A medicina convencional está estruturada em critérios médicos antigos. O modelo médico tem 300 anos, e a atualização disso é difícil. Mudar a cabeça de um médico formado dentro dos critérios padrões é difícil”.

Nos laboratórios, Mattos cita, como exemplo, o uso do Sensograma, equipamento criado por ele voltado para detecção de metais e nutrientes, e da Microscopia de Campo Escuro, que trabalha com observação e estudo de objetos e micro-organismos vivos muito pequenos por meio de um microscópio especial. Segundo o bioengenheiro, este último é desconhecido por 90% dos médicos, apesar de ter surgido há cerca de 70 anos. “Com a microscopia de campo escuro e um sensograma em um laboratório, você não precisa praticamente de equipamento nenhum. Mas como lutar contra um laboratório?”