Jogo para valer
Brasil começa sua busca pelo hexa numa competição de tiro curto, na qual não se permite o erro
Inserida na lista dos favoritos ao título, a Seleção Brasileira entra em campo, neste domingo, sob o signo da retomada. O país, a despeito do espaço de quatro anos, ainda não se recuperou do vexame em solo pátrio quando caiu diante da Alemanha por 7 a 1. O time de Tite já os derrotou dentro de casa, num amistoso, por 1 a 0, mas insuficiente para recuperar a esperança perdida no Mineirão. A Copa do Mundo começa agora, e, com ela, a pátria de chuteiras, antes dividida por questões políticas, se une no sentimento comum de conquistar o hexa.
A missão não será fácil, como não foram os outros cinco títulos. Uma competição de curta duração carece também de sorte, pois há sempre o risco de surpresas, sobretudo na fase de mata-mata. Grandes seleções já foram surpreendidas por azarões, a despeito da qualidade de seu elenco. E não foram poucas.
O lado emblemático da Copa é a unificação de sentimentos. Mesmo aqueles que dizem ignorar a competição, como mostraram as recentes pesquisas do Instituto Datafolha, ficam atentos ao que se passa dentro das quatro linhas. Como a Tribuna vem mostrando desde o início do mês, o futebol ainda é o esporte que acumula o maior número de seguidores e, mesmo com tantas disparidades financeiras, produz a inserção, bastando ver o perfil da maioria dos jogadores: são oriundos de comunidades, de famílias simples que, em qualquer outra atividade, dificilmente teriam chance de ascensão social.
O primeiro jogo já mostra que não há mais o favoritismo de outros anos, quando a lista dos mais cotados era bem mais restrita. No entanto, como lembrava Nelson Rodrigues, não há caminho fácil para o título. Que venha o hexa.