Zema defende enxugamento da máquina e corte de pessoal
Pré-candidato ao Governo pelo Novo, empresário visita JF e sinaliza privatização da Cemig e da Copasa
Pré-candidato ao Governo de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) cumpriu agenda em Juiz de Fora nesta quinta-feira (14), quando voltou a defender como uma de suas principais plataformas de campanha a necessidade de uma ampla reforma administrativa no Estado, com um enxugamento de gastos. A visita integra uma série de compromissos do empresário na Zona da Mata, onde já passou por Viçosa, na última terça-feira, Ubá, na quarta, e vai até Tiradentes nesta sexta. Em solo juiz-forano, Zema esteve acompanhado do pré-candidato do Novo ao Senado, o também empresário Rodrigo Paiva e do ex-técnico da Seleção Brasileira de Vôlei, Bernardinho, que é filiado ao Novo e tem atuado como um embaixador das bandeiras defendidas pela sigla.
Antes de um evento com correligionários e simpatizantes à noite, Zema concedeu uma entrevista coletiva e esboçou as bandeiras que pretende apresentar ao eleitorado em sua pré-campanha ao Governo. “Queremos privatizar estas empresas (Cemig e Copasa) de forma criteriosa para que o grande beneficiado seja o consumidor final. Não queremos tirar o monopólio do Estado e criar um monopólio privado. Muito longe disto. Queremos ampliar a concorrência.” Ao comentar sobre sua proposta de enxugamento da máquina, o empresário admitiu a possibilidade de cortar no quadro pessoal do Estado para equilibrar as contas. “Vamos fazer aquilo que o bom senso manda. Não será nenhuma operação milagrosa. Vamos ter de reduzir cargos e aumentar a eficiência do Estado.” O empresário considerou ainda que os últimos governos aplicaram de maneira equivocada os poucos recursos disponíveis e citou o caso do Hospital Regional de Juiz de Fora, que tem suas obras paralisadas. “Sabia-se de antemão que não haveria recursos para construí-lo e para depois custeá-lo.”
Para o pré-candidato, falta aos partidos tradicionalmente estabelecidos comprometimento para gerir os recursos do Estado. “Tanto na nossa vida pessoal, como na administração das empresas, as coisas funcionam da mesma maneira: gasta-se menos do que se ganha. O Estado de Minas sempre adotou uma postura contrária, gastando mais do que dispõe e manda a conta para o cidadão”, afirmou, ressaltando ainda que a política fiscal mineira é elemento complicador para novos investimentos. “É o estado que mais quer arrancar recursos de seu povo e o que menos está devolvendo.”
Como exemplo, citou contingências adotadas em suas empresas – o pré-candidato é ligado ao Grupo Zema – em momentos de maiores dificuldades financeiras, como os observados recentemente nas esferas nacional, estadual e municipal. “Entre 2015 e 2016, tivemos que reduzir o quadro em 30%. Mais de duas mil pessoas. Neste mesmo momento, o Estado de Minas estava contratando e aumentando privilégios. Já dava para ver que as contas não iriam fechar. Zema ainda considerou como uma coincidência o fato de as duas pré-candidaturas majoritárias apresentadas pelo Novo em Minas Gerais serem ocupadas por empresários. “O partido pode até ter empresários, mas é uma minoria entre os pré-candidatos.”
Região
Perguntado sobre propostas para a Zona da Mata, em especial sobre ações para o desenvolvimento econômico da região, Zema considerou que a solução passa por uma revisão da conduta tributária adotada pelo Estado. “O problema de Minas Gerais é basicamente um só. Temos o Estado que trata da forma mais inadequada aqueles que querem investir. Temos as maiores alíquotas de ICMS e a legislação tributária mais complexa do Brasil”, afirmou. Neste sentido, defendeu novas práticas fiscais e a concessão de incentivos para a atração de novos investimentos, além de uma desburocratização do atual modelo. “Simplificar a tributação já vai diminuir os custos daqueles que contratam.”
Pré-candidato ao Senado, Rodrigo Paiva ressalta a importância do incentivo ao desenvolvimento de empreendimentos com foco em novas tecnologias em Juiz de Fora. “O Novo também é um partido de ideias. Temos a ideia de fazer da região um centro de pesquisas de veículos autônomos. Temos inteligências para isto, com várias faculdades e, inclusive, uma universidade federal. Temos que gerar riquezas”, exemplificou, lembrando a ociosidade do Parque Tecnológico, que vem sendo implementado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Ex-técnico da Seleção Brasileira, Bernardinho também participou da etapa final da entrevista coletiva e afirmou que está percorrendo várias cidades do país como um apoiador e divulgador das ideias do Novo. “Quero emprestar um pouco da popularidade que conquistei ao longo dos anos. Acredito nestes pré-candidatos como agentes de mudança que vêm com ideias diferentes.