Juiz de Fora ganha Pastoral dos Migrantes
Movimento católico, em parceria com ONG, ajudará a dar suporte a estrangeiros chegam à cidade
Juiz de Fora deu mais um passo na direção de acolher melhor os estrangeiros de diversos cantos do mundo que vêm viver por aqui. No último domingo de Páscoa, a Arquidiocese fundou a Pastoral do Migrante, que busca atender os imigrantes que chegam à cidade, deixando seus países, independentemente de religião. O lançamento oficial da pastoral foi realizado no último domingo, pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, durante Missa de Páscoa na Catedral. Ainda na cerimônia, Dom Gil nomeou o padre Luiz Eduardo de Ávila como assessor da pastoral. O religioso já vinha atuando junto à Associação dos Amigos (Aban) em seu trabalho com 21 venezuelanos trazidos de Roraima para cá. Além deles, a cidade também já é o novo lar de cidadãos de países como Síria e Haiti.
Segundo o pároco, a oficialização do apoio da Catedral – que é onde ele vive e onde interessados em ajudar devem buscar informações – vem solidificar o trabalho que já estava sendo feito, com a possibilidade de estabelecer mais parcerias e ter mais visibilidade. “O objetivo é estar junto com eles e mostrar um caminho via Igreja e em parceria sólida com a Aban para acolher e orientar no suporte não só emocional, mas também em aspectos práticos como orientação para conseguir tirar documentação necessária, encontrar moradia, receber móveis, entre outras formas de apoio. São pessoas que deixaram seus países em situações de ameaça e vulnerabilidade, e sabemos que há muitos que não são católicos ou cristãos, mas ofereceremos carinho e amor, como era a mensagem de Jesus”, diz o padre.
Para Sérgio Maurício Gonçalves, que é imigrante vindo da Venezuela (mas português de nacionalidade), voluntário da Aban (que o trouxe de Roraima para cá) e, agora, integrante da pastoral, é fundamental fortalecer esta rede de apoio. “O trabalho da pastoral ainda está sendo estruturado, vamos discutir as diretrizes, mas, em linhas gerais, a ideia é fortalecer o que já é feito e buscar mais parcerias, sobretudo para a empregabilidade de quem chega aqui. E também para trazer mais pessoas para cá”, diz ele.
Complementando o que diz Sérgio, padre Luiz Eduardo afirma que um dos maiores desafios tem sido a busca por uma colocação no mercado. “Junto com a Aban, já fizemos o acompanhamento de 21 pessoas, e conseguimos doações de móveis para montar as moradias deles, o que é bom, porque permite que a sede da Aban, que recebe os que chegam, esteja livre. Mas o mais importante e o maior desafio é a empregabilidade, para que eles possam caminhar com suas próprias pernas, retomando a vida.”
No próximo dia 15 de abril, a pastoral fará um Festival de Prêmios na sede da Sociedade de São Vicente de Paulo (Rua São Sebastião 412, Centro), com o objetivo de arrecadar fundos. “O dinheiro vai ser revertido para dar suporte financeiro à Aban no recebimento de novos estrangeiros e também para ajudar a custear as passagens de vinda de mais alguns”, explica. Interessados em realizar doações ou prestar algum tipo de apoio ou parceria devem procurar pelo padre Luiz Eduardo de Ávila na Catedral Metropolitana, preferencialmente à tarde.