Ônibus com campanha sobre autismo começa a circular em JF
Coletivo fará a linha 211 nesta semana, mas expectativa da empresa é que ele cumpra outros itinerários
Para sensibilizar as pessoas sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), começou a circular pelas ruas da cidade, nesta terça-feira (3), um ônibus todo adesivado para divulgar o movimento “Abril Azul”, alusivo ao mês de conscientização sobre o autismo. A iniciativa faz parte de uma parceria firmada entre o Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo de Juiz de Fora (Gappa-JF), a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Auto Nossa Senhora Aparecida (Ansal), uma das empresas que compõem os Consórcios Integrados de Transporte Urbano de Juiz de Fora (Cinturb).
Nesta primeira semana, o coletivo vai cumprir o itinerário da linha 211 (Rio Branco), mas a proposta é ampliar para outros trajetos, já que o veículo vai circular até o começo de maio. “A ideia é abranger o maior número de pessoas possível. Quando recebemos essa missão, imediatamente nos sensibilizamos. Assim como já fizemos nas campanhas do Outubro Rosa, Novembro Azul e no Natal, surgiu a ideia de plotar o veículo para chamar a atenção para esta causa”, explica o gerente-geral da Ansal, Rodrigo Reis.
A presidente do Gappa-JF, Ariene Pereira, avaliou a parceria como uma grande conquista para o grupo. “É uma oportunidade de ampliar e divulgar a conscientização sobre o autismo e também sobre o Gappa. Embora o grupo exista há três anos, muitos não sabem. Com a logomarca presente no ônibus, muita gente vai passar a conhecê-lo. Por isso enxergamos nesta iniciativa uma forma de chegar a outras famílias que convivem com o autismo, para que elas busquem apoio em nós”.
O vereador Marlon Siqueira (MDB), um dos integrantes do movimento, foi um dos intermediadores para que a parceria se tornasse realidade. O parlamentar está à frente de dois projetos de lei relacionados ao autismo. “O convívio com as pessoas que dão suporte para a causa e para o estudo do autismo mostra que a sociedade está aprendendo a conviver com ele e muito contribui para a conscientização da população. Assim como os coletivos foram plotados em campanhas anteriores, e chamaram a atenção, associar novamente a uma causa como esta despertará na população uma curiosidade”, acredita o parlamentar.
Um dos projetos de lei de Marlon Siqueira, em parceria com o também vereador Júlio Obama (PHS), visa chamar atenção para o direito à prioridade, a partir da obrigatoriedade de inserção, nas placas de atendimento prioritário, do símbolo mundial da conscientização sobre o TEA, representado pelo laço em forma de quebra-cabeças. Com a inclusão do símbolo, as filas em instituições públicas e privadas, como bancos e supermercados, deverão oferecer aos autistas a preferência no atendimento. O outro projeto de lei, em parceria com os vereadores Kennedy (MDB) e Fiorilo (PTC), busca criar uma carteirinha a ser emitida aos acompanhantes de pessoas com autismo, para que os direitos ao atendimento preferencial e às gratuidades, como passagem de ônibus, sejam assegurados a eles.
Sobre o autismo
O autismo é um transtorno no desenvolvimento caracterizado por três sinais e sintomas específicos: dificuldades de interação social, problemas de comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. A variação destes sintomas, entretanto, pode ser diferente entre os portadores, e se manifestam, normalmente, até os 8 anos de vida da criança, sendo mais marcante, e comum, antes dos 3 anos de idade.
O autismo pode ser medido com base em sua gravidade, que varia de acordo com os três níveis: severo, moderado e leve, baseados no grau de comprometimento do distúrbio. No grau severo, o paciente necessita de maior suporte e apoio, o que apresenta déficit grave nas habilidades de comunicação verbais e não verbais, cognição reduzida, dificuldade em alteração de rotina e isolamento social. No grau moderado, o autista possui as mesmas características, mas com menor intensidade em relação aos transtornos de comunicação e deficiência de linguagem. Já o grau leve requer pouco suporte, o indivíduo pode ter dificuldade para se comunicar, mas consegue interagir socialmente. Tem problemas com organização e planejamento que dificultam sua independência.