Vitrine Um pouco mais de recheio
O Voyage tem dupla função na gama da Volkswagen. Diferentemente de Chevrolet e Fiat, que têm três sedãs compactos em suas linhas – Sonic sedã, Prisma e Classic na marca americana e Linea, Grand Siena e Siena para os italianos -, a empresa alemã tem apenas dois. Como o veterano Polo sedã não vai lá muito bem das pernas, o Voyage precisa se desdobrar. Tem de ser um modelo de custo/benefício atraente na versão básica e, ao mesmo tempo, agregar equipamentos e visual para atingir a faixa de consumidores que busca um sedã compacto completo. Neste cenário, a versão Comfortline I-Motion faz a ponta superior da gama. Com direito a câmbio automatizado com trocas no volante, a configuração traz o máximo que o Voyage pode oferecer no Brasil – o que não é tanto assim.
Recentemente, no meio do ano passado, o Voyage – assim como o Gol – passou por um leve face-lift. O visual ficou de acordo com o resto da linha da Volks, com linhas retas na frente e atrás. A reestilização, de fato, aproximou visualmente o compacto dos sedãs médios da linha, como o próprio Polo e o Jetta. Foram feitas pequenas alterações no interior também, como troca das alavancas de seta e comutador dos faróis. Entre os novos equipamentos, destaca-se o rádio que, quando aliado ao opcional de sensor de estacionamento traseiro, exibe um gráfico com os obstáculos próximos ao veículo.
A lista de itens de série da versão Comfortline I-Motion traz airbag duplo, ABS, direção hidráulica, trio elétrico e faróis de neblina. Isso por R$ 44.410. Equipamentos quase obrigatórios nessa faixa de preços ficam só na seção de opcionais, caso de ar-condicionado, o novo rádio/CD/MP3/Bluetooth, rodas de 15 polegadas e o volante multifunção com borboletas para trocas de marcha. Com esses itens, a conta sobe para R$ 50.780. É mais até do que a própria Volks cobra pelo Polo sedã básico, modelo que vem equipado de maneira bem semelhante.
A renovação da linha até passou por baixo do capô, mas apenas nas versões equipadas com o motor 1.0, que ficou mais eficiente. No 1.6, nada de novo. Ele continua com 106cv a 5.250rpm e 15,6kgfm a 2.500 rotações com etanol. O câmbio também continua o mesmo. É o automatizado de cinco velocidades, que já está em uso no Brasil desde 2009. De acordo com a fabricante, o conjunto é capaz de levar o sedã de zero a 100km/h em 10,5 segundos, 0,7 segundo mais lento do que o manual.
Apesar de discreta, a reestilização aparentemente caiu no gosto do público. Antes dela, o Voyage acumulava média mensal de 7.300 emplacamentos. A partir de agosto, quando o novo entrou nas lojas, a média subiu para 8.900 unidades. Um aumento de 22% em um mercado que cresceu 6% no total. Na prática, isso significa que o Voyage se aproximou da segunda colocação entre os sedãs mais vendidos do país. Em 2012, o sedã da Volkswagen ficou apenas a 2.156 emplacamentos do Chevrolet Classic, o vice-líder – o primeiro colocado foi o Fiat Siena, que soma as vendas do Siena EL e do Grand Siena.