Sem fugir à luta
A popularidade do Honda Accord no mercado global é inquestionável. Após 37 anos de produção, o sedã médio-grande é um dos que contam com maior história entre os carros ainda vivos no mundo. Porém, a concorrência ficou mais forte, o que elevou o nível do segmento. E o modelo precisou se modernizar. A chamada nona geração, que deve vir também para o Brasil, na prática, é um profundo facelift realizado no modelo da oitava. Combina novos elementos estéticos e, apesar de uma pequena redução nas dimensões, oferece mais espaço interno. A fabricante japonesa também mexeu nos motores, que continuam os mesmos, mas reconfigurados para entregar um leve incremento de potência e devolver a competitividade do sedã.
O Accord 2013 mantém a mesma plataforma do antecessor. As transformações no carro, no entanto, permitem dizer que o sedã foi bastante renovado. O carro está mais curto e a altura também diminuiu, embora a largura tenha aumentado. O câmbio CVT – automático com relações continuamente variáveis -, substitui a transmissão automática de cinco velocidades. A versão testada no México foi a top EXL L4, equipada com um motor 2.4 litros – o primeiro Honda de quatro cilindros a receber injeção direta -, que entrega 185cv e 25kgfm de torque. Há ainda a opção de um motor V6 de 3.5 litros na variante mais equipada. A suspensão frontal passa a ser do tipo McPherson, que toma o lugar da Double Wishbone. A Honda jura que a decisão foi apenas para reduzir o peso do carro, mas é difícil não imaginar que a diminuição dos custos não pesou na escolha. Na traseira, o Accord usa multilink.
Entre os equipamentos de segurança, estão os airbags frontais, laterais e de cortina. O sedã conta ainda com os tradicionais ABS, controles de tração e estabilidade, sensores de estacionamento e câmara de ré, disponível apenas na versão topo da linha.
O interior do Accord está mais recheado. O console central apresenta uma grande tela de LCD de oito polegadas na parte superior. O monitor exibe algumas funções, como as do sistema de áudio, que inclui rádio, cd, usb e conexão via Bluetooth. Há ainda outro mostrador, pouco abaixo do maior, com tela sensível ao toque de cinco polegadas, que mostra funções do telefone e dados de navegação. Outros itens mais comuns, como trio elétrico e ajustes elétricos dos assentos, bem como teto solar e revestimento de couro para o volante também estão presentes.
O Accord nunca registrou grandes volumes de vendas no Brasil, mas a alta de até 30 pontos percentuais no IPI para importados, em vigor desde o final de 2011, prejudicou o desempenho do sedã médio-grande da Honda no mercado nacional. Trazido do Japão, o modelo deixou, em meados de 2012, de ser importado regularmente para ser trazido ao país apenas sob encomenda – tem alta cotação entre os altos executivos de multinacionais orientais. O carro chegou ao Brasil em 1992, em sua quarta geração, e, desde então, vendeu oficialmente pouco mais de 16 mil unidades do modelo por aqui. Apesar disso, a movimentação da concorrência, com renovados Chevrolet Malibu e Nissan Altima a caminho do Brasil e outros como o Volkswagen Passat e o Ford Fusion já disponíveis no mercado nacional, é de se esperar que o Accord volte ao país. Mesmo que o alto preço – no México, custa cerca de US$ 30 mil, o equivalente a R$ 60 mil – soe como uma nota desafinada para o consumidor local.