MST ocupa lotes do Governo de Minas em Tocantins
Cerca de 50 famílias participaram da ação na manhã desta terça (26). Doze delas estavam assentadas em Coronel Pacheco
Cerca de 50 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da Zona da Mata (MST Zona da Mata) ocuparam uma área da Zona Rural de Tocantins, a aproximadamente 100 km de Juiz de Fora, por volta das 6h desta terça-feira (26). De acordo com Tatiana de Souza Gomes, coordenadora regional do MST, o terreno corresponde a dois lotes improdutivos pertencentes ao Governo do estado. “Foi uma solução encontrada para o conflito em relação ao acampamento Gabriel Pimenta, em Coronel Pacheco, depois da liminar para reintegração de posse, um avanço depois de seis meses. Os lotes são interligados e dá para assentar umas 12 famílias aqui, com produção de hortaliças e frutas como mexerica e manga.” O terreno tem cerca de 50 hectares.
Segundo Tatiana, devido às condições do terreno, muito desgastado em alguns pontos devido à pecuária e a queimadas, o acampamento terá características peculiares. “Por conta da degradação do solo, a área coletiva será bem grande, e os lotes individuais, menores, por isso o grupo que ficar assentado aqui terá que ser bem afinado para tocar este projeto com características mais coletivas. Estamos fazendo a recuperação ambiental e, de imediato, vamos começar o plantio das hortaliças, porque o processo até a colheita é mais rápido”, explica ela, destacando que outras soluções estão sendo buscadas para as famílias afetadas pela reintegração de posse do acampamento de Coronel Pacheco. “A estrutura coletiva está começando a ser construída, depois deste trabalho inicial será feito um plano de desenvolvimento do assentamento (PDA) e um mapa do assentamento, só depois disso iniciaremos culturas que são mais a longo prazo, como a das frutas”, acrescenta.
Ainda conforme Tatiana, a vizinhança foi receptiva à chegada das famílias, e o MST buscou fazer contato com a comunidade. “Normalmente as pessoas se assustam com a nossa chegada, porque a imagem que têm do MST é muito negativa, mas conversamos com todos, que foram acolhedores e já até pedimos água para café. O presidente da associação de moradores local esteve no acampamento, conversamos com ele, as pessoas estão nos ajudando. Na verdade, somos uma vizinhança de pequenos trabalhadores rurais.”