Aécio diz que pode disputar reeleição ou até mesmo o Governo

Por Paulo Cesar Magella

Aécio abre o jogo

Em entrevista à Rádio Itatiaia, direto de Brasília, o senador Aécio Neves não fugiu às perguntas e se declarou inocente de todas as acusações que contra ele pesam e que ora tramitam na instância judicial. Para a repórter Mônica Miranda, garantiu que irá provar sua inocência. “Todos os inquéritos que contra mim pesam são fruto de financiamento de campanha, o que era comum até bem pouco tempo.Todos dizem, porém, que nunca houve contrapartida, o que configuraria o crime”. Aécio repetiu que o pedido de empréstimo a Joesley Batista era para pagar advogados, dando como garantia um apartamento. Para ele, a gravação da conversa foi uma maquinação combinada com a Procuradoria-Geral da República. Enfatizou que não houve envolvimento de dinheiro público, mas admitiu ter errado, sobretudo no tom da conversa, recheada de palavrões. “Foi uma conversa privada, mas reconheço que os termos usados são lamentáveis e pelos quais me penitencio diariamente”. Sobre as críticas, inclusive de amigos íntimos como o apresentador Luciano Huck, o senador disse já conversou com ele e acentuou que a crítica foi fruto da falta de informação.

Câmara, não

Aécio descartou a hipótese de ser candidato a deputado federal, dado que tem sido recorrente em todas as especulações envolvendo seu nome e as eleições de 2018. “Essa hipótese não existe, até pelos compromissos que eu tenho com inúmeros companheiros no Estado. Nessas conversas com as forças políticas é que vou tomar uma decisão”. Depois de elencar suas realizações e criticar o atual Governo, Aécio disse que Minas não pode continuar nas mãos do PT. Considerou ser provável tentar a reeleição, mas, para surpresa até da própria repórter, não descartou disputar para governador. “Reeleição para o Senado é o caminho natural, mas sou parte de um grupo político que tem uma enorme disposição de enfrentar a atual estrutura de poder.”

Virar o jogo

A entrevista de Aécio sinaliza, sobretudo para a militância, que o jogo ainda vai ser jogado e que ele não está morto politicamente. Ao abrir a possibilidade de disputar até mesmo o Governo de Minas, aponta também para eventuais aliados que qualquer definição, agora, é prematura, pois ainda há muito a ser revelado ao curso dos meses. Ao mesmo tempo, mostra o lado mineiro da política: não há vitória antes de as urnas serem abertas. Mas será necessário gastar muita sola de sapato, porque seu prestígio, hoje, anda na altura do rodapé e seu desgaste será explorado pelos adversários. Aécio garantiu que vai virar essa página. A conferir.

Marcação cerrada

O papel a ser desempenhado pelo senador Aécio Neves na campanha de 2018 também cria desdobramentos dentro e fora do universo tucano. Acordos em fase de finalização certamente serão adiados e projetos de candidaturas também entram em compasso de espera. Em Juiz de Fora, o prefeito Bruno Siqueira ainda não se moveu, mesmo diante das muitas especulações em torno de seu nome. Acha prematuro antecipar projetos quando há possibilidade de mudanças. E o próprio Bruno também será bússola para outros políticos. O vereador Rodrigo Mattos, que já descartou a hipótese de disputar uma vaga na Assembleia, pode disputar para deputado federal, e com a saída de Bruno se fortalece, pois a Pprefeitura ficaria sob o comando do tucano Antônio Almas.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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