É preciso recorrer a um corretor de imóvel?
Especialistas alertam para a importância da presença do profissional nas transações imobiliárias e orientam como escolhê-lo
A compra ou locação de um imóvel requer atenção do consumidor em todas as etapas, que vão desde a procura pela residência à assinatura do contrato. De acordo com especialistas do ramo imobiliário, o auxílio de um corretor de imóveis torna o processo mais seguro e tranquilo. “É a certeza de garantir um bom negócio que atenda tanto o consumidor quanto o proprietário que irá alugar ou vender o imóvel”, atesta o vice-presidente da Associação Juiz-forana de Administradores de Imóveis (Ajadi), Diogo Souza Gomes, que define o corretor como “peça fundamental” para a locação e a comercialização.
No caso de quem busca uma residência, Diogo destaca benefícios como a redução do tempo de procura pelo imóvel e a segurança com relação à documentação. “O bom profissional entende o que o cliente quer e pode pagar até mesmo quando este está na dúvida. Com esta compreensão, ele consegue filtrar os imóveis que melhor irão atender aquele cliente e, assim, agilizar o processo de aquisição. Além disso, estes profissionais possuem informações privilegiadas do mercado, sabendo em primeira mão os lançamentos que vão ocorrer.”
“O bom profissional entende o que o cliente quer e pode pagar até mesmo quando este está na dúvida” Diogo Souza Gomes, vice- presidente de Ajadi
Ele ressalta, ainda, o trabalho com relação aos trâmites burocráticos. “O corretor deve estar atento às mudanças de regra de bancos e cartórios, que acontecem com frequência. Também é responsabilidade dele analisar documentos, realizar levantamento de débitos de condomínio e IPTU, por exemplo.”
É preciso conhecer a cidade e região onde atua
O vice-presidente da Ajadi atenta, ainda, para a necessidade de o corretor conhecer bem a cidade em que atua. “É preciso um conhecimento absoluto para realizar um bom atendimento. Por isso, temos visto cada vez mais profissionais criando nichos de mercado, tornando-se especialistas da região em que trabalham.”
O atendimento é um dos diferenciais que o consumidor deve analisar. Os especialistas alertam para a importância da relação criada entre ambas as partes, que deve ser de confiança. “O foco do corretor não deve ser a venda em si. O diferencial de um bom profissional é entender as expectativas do cliente.”
Para o coach Guilherme Machado, este relacionamento deve ser aprofundado. “Ser corretor de imóveis é muito mais do que ser uma ponte entre o cliente e o imóvel. Temos que gerar relacionamento, entender de marketing, arquitetura, decoração e até engenharia. Temos que conhecer e estudar o mercado. Tudo isso para gerar uma experiência positiva para o cliente, o que implica entender o que ele busca, validar o seu desejo e direcioná-lo para o imóvel mais adequado à sua necessidade.”
Habilidade em se comunicar e uso de meios digitais
Na avaliação do diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG), Lúcio Gonçalves de Paula, a boa comunicação é uma habilidade essencial à profissão. Além de se expressar bem, o corretor de imóveis deve estar presente em plataformas digitais. “Principalmente em grandes centros, onde a locomoção se torna cada vez mais difícil, é preciso ser criativo na utilização dos meios de comunicação, buscando recursos on-line para garantir melhores resultados.”
Ele destaca, também, as outras habilidades necessárias para que o profissional seja “completo”. “Exige-se que o corretor possua, no mínimo, o segundo grau, tendo na matriz curricular competências como comunicação e expressão em língua portuguesa; noções de relações humanas e ética; matemática financeira; direito e legislação; organização e técnica comercial; operações imobiliárias; economia e mercado; marketing imobiliário; e desenho arquitetônico.”
Valorização ainda é desafio
Dentre os principais desafios do corretor de imóveis apontados pelos especialistas está a busca por valorização da profissão, que, em agosto deste ano, completou 55 anos de regulamentação. “A possibilidade de realização de negociações diretas alimentam a falsa ideia de que não buscar auxílio do profissional representa uma economia para o consumidor. Na verdade, a comissão do corretor deveria ser vista como um investimento, visto que o trabalho dele pode evitar prejuízos muito grandes”, afirma o vice-presidente da Ajadi, Diogo Souza Gomes.
A especialista em marketing do setor imobiliário Carina Lima destaca ainda outras dificuldades inerentes à profissão como a necessidade de autogerenciamento, visto que o trabalhador não possui horário fixo, e a atualização constante, já que o mercado imobiliário sofre oscilações de acordo com o ritmo da economia e a oferta de produtos é muito diversificada. “O sucesso na profissão está destinado àqueles que realmente são, e não estão, corretores de imóveis.”
Credenciamento é requisito fundamental
O principal requisito é que o corretor seja credenciado ao conselho regional do seu estado, esta é a garantia de que ele está habilitado para a função. “A recomendação mais importante que se faz é a de que nunca se deve negociar com pessoas que exercem a profissão ilegalmente, exigindo-se, sempre, o número de registro junto ao conselho”, alerta o diretor do Creci-MG, Lúcio Gonçalves de Paula. Ele destaca que no site www.crecimg.gov.br é possível consultar a habilitação profissional.
“Nunca se deve negociar com pessoas que exercem a profissão ilegalmente, exigindo-se, sempre, o número de registro junto ao conselho”, Lúcio Gonçalves de Paula, diretor do Creci-MG
A pesquisa sobre o trabalho do corretor de imóveis não para por aí. A orientação é buscar informações sobre a empresa para a qual ele presta serviços e as experiências de outros consumidores. Neste sentido, a internet pode ser uma grande aliada. Além de visitar o site e as redes sociais das imobiliárias, a plataforma Broker Advisor (www.brokeradvisor.com) é uma ferramenta gratuita pela qual o público avalia o trabalho dos corretores de cada cidade.