Gás de cozinha sobe pela segunda vez no mês
Preço máximo em JF, segundo a ANP, é de R$ 74; mas consumidores apontam valores maiores
O juiz-forano que, em alguns casos, já paga até R$ 74 pelo gás de cozinha em Juiz de Fora pode preparar o bolso, mais uma vez. Começou a valer, nesta semana (26), mais um reajuste autorizado pela Petrobras para o gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso residencial, vendido em botijões de até 13 kg (GLP P-13). O aumento médio autorizado foi de 6,9% no preço de comercialização às distribuidoras. Pela estimativa da estatal, se a elevação for repassada integralmente ao consumidor final, o preço do gás de cozinha pode ter alta, em média, de 2,6% ou cerca de R$ 1,55 por botijão.
Segundo a pesquisa mais recente divulgada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do gás de cozinha na cidade estava em R$ 64,37 (antes desse aumento), variando de R$ 55 a R$ 74, de acordo com o estabelecimento escolhido. A pesquisa refere-se ao período de 17 a 23 de setembro. No entanto, ainda nesta quarta-feira, consumidores relataram à Tribuna a cobrança de até R$ 80 pelo botijão.
Caso a projeção da Petrobras seja, de fato, aplicada ao consumidor final, o preço médio do gás de cozinha (considerando a pesquisa da ANP) chegaria a R$ 66, elevando as margens mínima e máxima para R$ 56,43 e R$ 75,92, respectivamente. A empresa destaca que o cálculo se aplica se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos.
A decisão de um novo reajuste – o segundo no mês – foi do Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp), que também decidiu reajustar os preços do GLP destinado aos usos industrial e comercial, no percentual médio de 7,9%, com vigência a partir de quarta-feira (27). De acordo com a estatal, para definir a correção, o Gemp considerou que o mercado de GLP, ao longo do mês de agosto, permaneceu pressionado por baixos estoques. Além disso, a proximidade do inverno no Hemisfério Norte aumenta a demanda pelo produto, tornando o ajuste necessário.
Procurado, o Sindigás, por meio de sua assessoria, calcula que o reajuste oscilará entre 6,4% e 7,4% entre as empresas distribuidoras de acordo com o polo de suprimento. “A correção aplicada não repassa integralmente a variação de preços do mercado internacional, com isso, o Sindigás calcula que o preço do produto destinado a embalagens até 13 quilos ficará 15% abaixo da paridade de importação, o que inibe investimentos privados em infraestrutura no setor de abastecimento”, afirmou a entidade, por nota.
No dia 5 deste mês, a Petrobras autorizou o reajuste médio de 12,2% no GLP de até 13 kg, que começou a valer no dia seguinte. Com isso, o preço médio do gás de cozinha, que, em agosto, era de R$ 63,61 já subiu para R$ 64,37 este mês, alta de 1,19% em Juiz de Fora. No início do mês, a estatal alertou que a correção aplicada, naquele momento, não repassava integralmente a variação de preços do mercado internacional, exigindo uma nova avaliação realizada agora, que culminou em novo aumento. Em 5 de agosto, também houve reajuste do GLP residencial, que ficou no patamar de 6,9% em média.