Manifestantes contra Temer enfrentam polícia e atacam prédios de ministérios no DF


Por Agência Estado

24/05/2017 às 16h16- Atualizada 24/05/2017 às 16h18

Marcello Casal Jr/ABr

 

Alguns manifestantes que protestam contra o governo Michel Temer na tarde desta quarta-feira 24, jogaram pedras e paus no vidro do prédio do Ministério do Planejamento e acenderam duas grandes fogueiras com restos de bandeiras e papelão. A Polícia se dirigiu para o local e jogou bombas para afastar os manifestantes. Outros colocaram fogo no prédio do Ministério da Agricultura. Carros do Corpo de Bombeiros, Samu e caminhão pipa controlaram a situação.

As várias confusões que ocorrem na manifestação na Esplanada começaram mais cedo, a partir do momento em que a polícia começou a evitar, com bombas, o acesso de manifestantes nas áreas mais próximas dos prédios dos ministérios.

Houve confronto entre policiais e manifestantes em alguns pontos, mas a polícia lança bombas à distância desde o início, independentemente de haver ataques dos manifestantes, como forma de intimidação e repressão. Isso ocorreu mais cedo, por exemplo, próximo ao Ministério da Fazenda e tem ocorrido no gramado central da Esplanada.

Enquanto isso, os discursos dos organizadores nos carros de som oscilavam entre palavras de ordem contra o presidente Michel Temer, pedidos de calma aos manifestantes, mas também apelos para que eles resistissem às investidas da polícia. O clima segue tenso de um lado e de outro.

 

4 presos

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal divulgou um boletim informando que quatro pessoas foram detidas pela polícia na manifestação, que reúne cerca de 35 mil pessoas na Alameda das Bandeiras, via em frente ao Congresso Nacional, segundo estimativas da Polícia Militar.

De acordo com a Secretaria, o tumulto começou quando manifestantes tentaram invadir “o perímetro de segurança restrito previsto no Protocolo Integrado Tático (PrTI), mas foram contidos pela Polícia Militar, que usou progressivamente a força”. As detenções, ainda segundo a secretaria, foram por porte de entorpecentes e porte de arma branca. Os quatro foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).

O boletim policial informa que um dos manifestantes “ao tentar atingir um policial militar com um rojão, teve ferimento na mão devido à explosão”. O ferido foi socorrido por outros manifestantes. O Corpo de Bombeiros fez até há pouco dois atendimentos, entre eles um policial. As principais vias de acesso à Esplanada dos Ministérios (S1 e N1) continuam bloqueadas na altura da Catedral de Brasília.

 

Sessão suspensa na Câmara

Deputados da oposição subiram na Mesa Diretora do plenário da Câmara na tarde desta quarta-feira, 24, para pedir o encerramento da sessão. Opositores protestam contra a reação da polícia à manifestação realizada em frente ao Congresso. O protesto provocou a suspensão da sessão por 10 minutos.

Parlamentares do PT, PDT, PSOL e Rede subiram à Mesa Diretora e ficaram ao lado do 2º vice-presidente da Câmara, deputado André Fufuca (PP-MA), que preside a sessão. Opositores gritam palavras de ordem contra o governo como “Fora Temer” e “O povo quer votar, diretas já”.

Deputados da base aliada reagiram com protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula na cadeia”, gritam parlamentares da base. “Chama a segurança para tirar esses arruaceiros daí”, disse o líder do PP, Arthur Lira (AL).

Os deputados estavam em uma sessão de debates, mas está prevista na pauta da Casa para esta quarta a votação de MPs.

Mais cedo, deputados como o líder da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP) relataram reação exagerada da polícia durante o protesto realizado pelas centrais sindicais em frente ao Congresso.

De acordo com os parlamentares, policiais jogaram bombas de gás e spray de pimenta em pessoas que não estavam cometendo delitos, inclusive em alguns deputados.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.