E agora, Mané?


Por Antonio Carlos Guimarães da Rocha, engenheiro

24/05/2017 às 07h00- Atualizada 24/05/2017 às 09h34

Plagiando o compositor popular, “Malandro é Malandro, Mané é Mané”, o Brasil vive, atualmente, uma situação semelhante; isto é, o governo, os agentes públicos e os grandes empresários são os “Malandros” e o povo é o “Mané”. Aliás, atualmente não – há 30 anos, desde o fim do Governo militar, segundo Emílio Odebrecht, implantou-se no país um governo paralelo, o da corrupção. Recordando o presidente Figueiredo, o último militar a governar o país, quando disse: “o povo terá saudades do meu governo e, se o PT chegar ao governo, será um desastre”- Parece que a profecia se cumpriu.

Na verdade, sabemos que o país está à deriva, sem comando e com muitos problemas a serem resolvidos. Muitas são as soluções apresentadas por especialistas e políticos, como, por exemplo, quando Leonardo Boff sugere um diálogo entre Fernando Henrique, Lula e Temer para repensarem a nação. É muita “cara e pau”, considerando que foram eles os que mais contribuíram para jogar o país no fundo do poço; com certeza, o primeiro assunto da pauta seria impedir a Lava Jato. Continuam achando que o povo é “Mané”.

As saídas sugeridas para o Brasil vencer a crise são óbvias e todos as conhecemos – melhorar a economia, fazer as reformas: política, da previdência, das leis trabalhistas, do Código Penal, etc. Mas, para se tornarem realidade, é preciso que haja um gerente eficiente, que faça as coisas funcionarem, com o apoio do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF); o que quer dizer, diante do quadro atual: será muito difícil acontecer.

Entendo que é chegada a hora de uma tomada de posição mais radical; ou seja, o ideal seria eleições gerais em seis meses, nas quais aqueles políticos que tiverem seus nomes suspeitos não pudessem participar. A função Brasil precisa de um ponto de inflexão, mudando de uma situação negativa para positiva para que o país volte a crescer; caso contrário, nossa economia permanecerá na UTI ainda um bom tempo.

Estou ciente de que, dessa forma, é uma utopia e que também o sonho de um é apenas um sonho, mas o sonho de muitos pode se tornar realidade. Estamos cansados e revoltados com a atual situação. Precisamos unir todo o povo de bem e agir, exigindo justiça para os corruptos e mudanças urgentes no rumo do país.

Corremos o risco de uma convulsão social; o trabalhador está sem emprego e passando necessidades, ficando desesperado e humilhado, não sabendo como enfrentar a situação e justificar para sua família. A saúde e a educação funcionam muito mal, segurança pública não existe – o cidadão, hoje, tem medo de sair de casa. Nada justifica a atual situação, pois pagamos imposto de primeiro mundo e temos serviços de terceiro mundo. A conclusão que chegamos é que o nosso país, além de corrupto, é muito mal administrado.
Lembrando as palavras do ilustre e saudoso engenheiro Antônio Ermírio de Moraes: “a política do PT é a arte de pedir votos aos pobres, pedir dinheiro aos ricos e mentir para ambos. Na realidade, não sabem fazer nada na vida”. Vamos participar, vamos exigir mudança, vamos para as ruas e atuar nas redes sociais. Chega de ser “Mané” – o Brasil tem que mudar

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