Menor dĂ©ficit dos Ășltimos 7 anos
Mantendo o perfil histĂłrico, Juiz de Fora fechou o ano com a balança comercial deficitĂĄria em US$ 184,8 milhĂ”es, resultado da prevalĂȘncia das importaçÔes (US$ 335,9 milhĂ”es) sobre as exportaçÔes (US$ 151,1 milhĂ”es). Apesar disso, as exportaçÔes fecharam em alta de 56,11%, enquanto as importaçÔes caĂram 38,53% no perĂodo de janeiro a dezembro. O dĂ©ficit verificado em 2016 foi o menor dos Ășltimos sete anos.
O recorte municipal foi divulgado pela Secretaria de ComĂ©rcio Exterior (Secex), ĂłrgĂŁo do MinistĂ©rio do Desenvolvimento, IndĂșstria e ComĂ©rcio Exterior (MDIC). Na anĂĄlise apenas de dezembro, o dĂ©ficit foi de US$ 27,5 milhĂ”es, com alta tanto das exportaçÔes (88,34%) como das importaçÔes (40,43%). No mesmo perĂodo do ano passado, o cenĂĄrio era inverso. As exportaçÔes apresentaram incremento de 108,05% enquanto as importaçÔes caĂram 60,35%. Naquele mĂȘs, o dĂ©ficit foi bem menor, cerca de US$ 8,4 milhĂ”es.
Os principais destinos de exportação dos produtos juiz-foranos sĂŁo Argentina (47,94%), Ăfrica do Sul (13,03%), ColĂŽmbia (5,26%), Estados Unidos (4,96%) e Venezuela (3,76%). Considerando a origem das importaçÔes, estĂŁo no topo da lista Peru (31,01%), Argentina (27,57%), Alemanha (15,79%), Estados Unidos (7,28%) e MĂ©xico (7,06%). Os principais produtos exportados, no ano, foram zinco em forma bruta (38,94%), veĂculos automotores para o transporte de mercadorias (28,88%) e fio-mĂĄquina (19,74%). Entre as importaçÔes, merecem destaque minĂ©rios de zinco e concentrados (30,83%) e polĂmeros de etileno (17,06%), alĂ©m de veĂculos automotores para transporte de mercadorias (11,50%) e para o transporte de dez pessoas ou mais (8,01%).
Produção é concentrada em poucos setores
O professor da Faculdade de Economia da UFJF, Fernando Perobelli, considera que o resultado da balança comercial de Juiz de Fora reflete a estrutura produtiva do municĂpio, baseada em pequeno nĂșmero de setores/empresas com competitividade de venda dos produtos no exterior. “HĂĄ uma concentração da pauta e isso a torna muito volĂĄtil.” A volatilidade, avalia, pode tambĂ©m ser verificada nos principais destinos de venda de produtos provenientes da cidade, com concentração em poucos mercados. Conforme o economista, Argentina e Ăfrica do Sul (os dois principais destinos das exportaçÔes de Juiz de Fora) perfazem mais de 50% do total exportado. “Olhando para a economia desses paĂses, percebe-se que sĂŁo frĂĄgeis e, portanto, com variaçÔes no crescimento e na capacidade de adquirir bens.”
Para Perobelli, os resultados das exportaçÔes na cidade podem ser explicados pela pequena diversificação da pauta em termos de produtos e paĂses de destino. JĂĄ em relação Ă s importaçÔes, a avaliação do economista Ă© que a performance reflete o compasso de espera da economia, com menor produção local, devido Ă crise que o paĂs enfrenta, e menos aquisição de produtos para a produção.
SUPERĂVIT
No paĂs, a balança apresentou superĂĄvit de US$ 47,692 bilhĂ”es, melhor resultado da histĂłria, com exportaçÔes de US$ 185,244 bilhĂ”es e importaçÔes de US$ 137,552 bilhĂ”es. O maior saldo comercial registrado anteriormente havia sido em 2006, quando alcançou US$ 46,5 bilhĂ”es. No ano, as exportaçÔes apresentaram mĂ©dia diĂĄria de US$ 738 milhĂ”es, valor que foi 3,5% menor que o registrado em 2015 (US$ 764,5 milhĂ”es). No perĂodo, houve crescimento de produtos semimanufaturados (5,2%) e manufaturados (1,2%). JĂĄ as vendas externas de bĂĄsicos caĂram 9,6%.
O secretĂĄrio de ComĂ©rcio Exterior do MDIC, AbrĂŁo Neto, explicou a importĂąncia das exportaçÔes para o resultado desses nĂșmeros. “O superĂĄvit Ă© resultado de um desempenho melhor das exportaçÔes em comparação com as importaçÔes. Apesar de uma queda no valor total das exportaçÔes em 3,5%, houve aumento das exportaçÔes de produtos industrializados e tambĂ©m das quantidades exportadas pelo Brasil, atingindo um patamar recorde.” Conforme o secretĂĄrio, no ano passado, houve volume recorde de exportaçÔes em vĂĄrios produtos importantes, como carne de frango, celulose e suco de laranja.