Aulas são retomadas no João XXIII após suspensão da ocupação


Por Juliana Netto

01/11/2016 às 11h35- Atualizada 01/11/2016 às 12h20

joao-xii-olavo
Local permanecia ocupado desde a última quarta-feira pelos estudantes (Foto: Olavo Prazeres)

As atividades estudantis do Colégio de Aplicação João XXIII foram restabelecidas nesta terça-feira (1º), após desocupação do prédio da unidade de ensino, realizada no fim da noite de ontem. Conforme nota publicada pelos estudantes, a decisão foi tomada após votação em assembleia, que deliberou pela saída dos jovens durante o período de realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame acontecerá no próximo fim de semana em todo o país. Os jovens permaneciam nas instalações do João XXIII desde a manhã da última quarta-feira.

De acordo com a diretora geral do colégio, Andreia Vassalo Fagundes, as aulas foram reiniciadas na manhã desta terça. Amanhã, feriado nacional, as atividades serão paralisadas, voltando na quinta-feira. Ainda conforme ela, a desocupação ocorreu de forma pacífica. O acordo teria sido estabelecido após reunião realizada também com pais, professores e alunos.

>> Alunos do João XXIII decidem hoje sobre desocupação

>> Estudantes ocupam UFJF e João XXIII

>> Eleições estão garantidas no Colégio João XXIII

Ainda de acordo com a nota dos estudantes, a ocupação foi avaliada como “vitoriosa em diversos âmbitos, como: o prolongamento das 48 horas previstas para o movimento; a negociação com o Juiz Paulo Tristão para a manutenção do processo eleitoral nas dependências do Colégio, sem transtornos para ambos os lados; a realização de, aproximadamente, 30 oficinas e rodas de conversa; a articulação com diferentes movimentos estudantis de Juiz de Fora e outras cidades brasileiras, dentre diversas outras conquistas”. Os discentes afirmam que a suspensão do movimento não encerra a mobilização contra as propostas do Governo. O grupo também deixou claro o repúdio às ações do Ministério da Educação e Cultura (MEC), contrárias à ocupação e a livre manifestação dos discentes.

A possível retomada da ocupação após a realização do exame será avaliada em assembleia pelo movimento.

Ocupa UFJF segue na Reitoria
Em tom mais crítico, o Ocupa UFJF fez uma publicação na página do movimento comentando a decisão tomada no Colégio XXIII. O texto crítica a postura do MEC, que, no entendimento dos jovens, usa as provas do Enem como chantagem política para a desocupação dos espaços estudantis. Uma nova assembleia foi realizada nesta segunda pelos universitários, que ainda não divulgaram detalhes do que foi discutido e nem quais as decisões tomadas.

De acordo com o coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Arthur Avelar, o grupo seguirá ocupando o prédio da Reitoria. “Não existe possibilidade de desocupação, até porque não serão aplicadas provas no local ocupada”. explica.

O prazo dado pelo Ministério da Educação para que os alunos deixassem os centros de ensino e liberassem as escolas para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terminou nessa segunda-feira (31), mas várias instituições seguem ocupadas. As escolas estão sendo monitoradas pelo MEC, e um relatório deve ser divulgado em breve indicando quais locais estão aptos para a aplicação do exame.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.