VELHO DESAFIO
O eleitor de Juiz de Fora volta hoje às urnas para definir a gestão dos próximos quatro anos. Os candidatos Bruno Siqueira (PMDB) e Margarida Salomão (PT), ao contrário do que se viu, especialmente nas capitais, mantiveram o nível, com o debate restrito às diferenças ideológicas e programáticas ou no modelo de administração. Melhor assim, pois os próximos quatro anos, como têm sido os últimos, serão marcados por desafios importantes, sobretudo na economia. O país ainda vive uma crise de confiança, porque, mesmo com esforços do Governo, ainda não foram vistos indicadores reais de que vai mudar. Há, é fato, indícios, mas o caminho é longo.
Com cerca de 600 mil habitantes, Juiz de Fora vive o drama das cidades de porte médio: não tem acesso aos grandes recursos destinados às capitais e nem registra a baixa demanda por serviços dos pequenos municípios. Os problemas são macro, e o financiamento, vindo do Estado ou da União, aquém da necessidade.
Esse, porém, é apenas um dos gargalos. A cidade tem que se preparar para o futuro, uma vez que, por ser polo, acolhe uma considerável demanda da região, especialmente na área de serviços. Por isso, rubricas como saúde, educação e segurança continuarão carecendo de recursos intensos. Além disso, o município tem que manter o papel de protagonista da Zona da Mata, liderando os municípios para o crescimento integrado. Todos devem ir adiante, pois só dessa maneira sairão ganhando.
Esse protagonismo também se volta para fora. Em dois anos, haverá eleições para presidente, Congresso, governos estaduais e assembleias, sendo, pois, uma hora decisiva para se ampliar o diálogo com as instâncias de poder. E é nesse contexto que uma Zona da Mata atuante e unificada terá meios de cobrar, especialmente do Estado, ações efetivas para seus municípios, algo ainda precário, sobretudo se comparado ao que foi prometido.