IncĂȘndio apagado, por ora
O STJD definiu, ontem, pelo arquivamento da ação que solicitava a impugnação do “Fla-Flu do tira-teima” – aquele que terminou em confusĂŁo, depois que a arbitragem anulou, validou e anulou de novo o gol de Henrique. O zagueiro tricolor estava, de fato, impedido. Contudo, a plausĂvel suspeita de que o juiz sĂł definiu a marcação apĂłs informaçÔes vindas das TV’s criou uma situação incontornĂĄvel. A meu ver, a ilegalidade da interferĂȘncia externa Ă© mais relevante que o erro do trio dentro de campo. Contudo, a anulação da partida poderia gerar uma situação que praticamente inviabilizaria o campeonato.
Ao menos, a decisĂŁo do sempre contestĂĄvel STJD preserva o resultado de campo e parece ser a menos injusta – ainda nĂŁo tenho tanta certeza sobre isso – para apagar o incĂȘndio. No entanto, os bombeiros de plantĂŁo sĂŁo o principal problema de nosso futebol. A mĂĄ qualidade de nossa arbitragem acaba sempre abafada por uma eterna cultura do choro. Ao invĂ©s de identificar erros e buscar uma solução racional para minimizar futuros equĂvocos, torcedores e dirigentes preferem apontar a culpa para os outros, conforme os ventos da conveniĂȘncia e das teorias da conspiração.
Enquanto nĂŁo atacarmos o problema na fonte, com uma real profissionalização da arbitragem brasileira, conviveremos com essa eterna chatice de dizer que “time A” sĂł ganha roubado; que “time B” Ă© o rei do tapetĂŁo; e outros lugares-comuns que formam o jĂĄ folclĂłrico “mi-mi-mi” que atravanca o futebol brasileiro.