Pela festa de N. S. Aparecida


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA, GRUPO DE LEIGOS CATÓLICOS

08/10/2016 às 07h00

A primeira afirmação de Maria nos Evangelhos ocorre quando da Anunciação. Maria anuncia seu despojamento e se mostra disposta a cumprir a vontade de Deus acima de tudo. Em seguida, viaja para acompanhar sua prima que necessitava de cuidados. Esses dois gestos, disposição em servir a Deus e ao próximo, são seguramente premissas para todo cristão. Em sua mais extensa fala, Maria mostra ser uma mulher forte e profética. Ao louvar a Deus, engrandece sua alma por Deus olhar para os humildes. Anuncia que a força do braço de Deus dispersará os orgulhosos, deporá os poderosos de seus tronos.

A mesma força de Deus, segundo Maria, saciará os famintos e despedirá os ricos sem nada (Lc 1, 46-55). De uma forma corajosa e poética, aquela mulher simples e despojada do povo comunica a vontade de Deus. O seu discurso questiona valores que ainda predominam com frequência em nosso tempo. Dizer que Deus escolheu uma mulher, pobre, que nem marido tinha. Diz que Deus gosta é dos humildes, dos famintos. Que Deus quer o fim dos poderosos, da acumulação de bens é algo que até hoje é uma conclamação aos cristãos; compete a cada um de nós, seguindo a vontade de Deus, a exemplo de Maria, provocar transformações para aproximar o mundo em que vivemos da vontade de Deus.

Nas bodas de Cana, primeira manifestação de Deus em Jesus, sua intercessão foi decisiva bem como a exortação dela aos serventes, que deve ecoar até hoje para cada um de nós: “Fazei tudo o que Ele disser” (Jo 2, 5). Primeira discípula e exemplo para todos. Exemplo de força: só ela, a outra Maria e um jovem tiveram a coragem de estar junto a Jesus quando Ele estava mergulhado em desgraça, desgraça essa que sobraria para os que estivessem juntos. Estava ainda junto com os apóstolos na primeira fase de clandestinidade e perseguição à Igreja nascente.

Não há nela nada que se relacione a uma linha catequética equivocada que a mostrava como modelo de submissão para as mulheres. Modelo, sim, de amor e coragem para todos que queiram servir a Deus. Nosso povo tem razão em sua piedade e em reconhecer nela um rosto materno de Deus. Pois, como anunciou Gabriel, o Espírito do Senhor montou nela uma tenda, ela nos trouxe a Luz e nos ensinou como segui-la. E revelou que Deus, além de Pai Criador e zeloso, é também Mãe de infinita ternura. Sigamos os muitos exemplos dessa nossa Mãe.

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