Mercedes teria 70 trabalhadores excedentes em JF
A Mercedes-Benz estaria considerando a existência de 70 trabalhadores excedentes na fábrica juiz-forana. A montadora não confirma a informação e o Sindicato dos Metalúrgicos não concorda com o número. Mas o acordo de garantia de emprego, em vigor há um ano, venceu em junho e não foi renovado até agora. A expectativa é que a decisão sobre a renovação – ou não – aconteça na primeira semana de outubro. Hoje a planta conta com cerca de 750 funcionários diretos. Procurada, a montadora afirmou apenas que “a fábrica de Juiz de Fora opera normalmente nos setores administrativos e de produção”.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, João César da Silva, a expectativa é que se consiga a garantia dos empregos até 2017, sem a contrapartida de reajuste zero para o próximo ano, proposta na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Conforme o sindicalista, a empresa estaria disposta a discutir a renovação da manutenção dos postos para os trabalhadores locais, o que espera-se que seja concretizado na próxima semana. Na avaliação dele, a realização de hora extra demonstra que não há excesso de mão de obra. “O quadro em Juiz de Fora é muito enxuto.” Há alguns anos, a unidade já chegou a contar com mais de mil trabalhadores.
Em São Bernardo do Campo, depois de iniciar o processo de demissão de trabalhadores, a Mercedes suspendeu os cortes e ofereceu R$ 100 mil para quem aderisse ao Programa de Demissão Voluntária (PDV). O prazo venceu em 7 de setembro e contou com a adesão de 1.047 colaboradores. A estimativa inicial era de que o corte poderia atingir até dois mil naquela unidade. Para João César, a situação, a princípio, não afeta a cidade. “Pelo menos de imediato, não houve reflexo aqui.” O sindicalista descartou a possibilidade de adoção de um PDV em Juiz de Fora.
A planta local prepara-se para concentrar a montagem e a pintura das cabinas de todas as linhas de caminhões da Mercedes, cuja expectativa é absorver, em sua totalidade, a mão de obra disponível na unidade, apesar do alto nível de automação característico dos processos. Após a adaptação da planta, haverá o início do trabalho propriamente dito, que deve coincidir com a transferência da fabricação do caminhão leve Accelo para a unidade paulista. A projeção é que a linha da montagem do modelo Actros permaneça na cidade até 2018.