Funcionalismo público enxovalhado


Por LUIZ OTAVIO MAGALHÃES DO CARMO, SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO

23/09/2016 às 07h00- Atualizada 23/09/2016 às 08h50

“O emprego mais honesto é o do político, por mais ladrão que seja, porque ele tem que ir para a rua correr atrás de voto, se mata, faz de tudo, ao contrário do concursado, que estuda e tem o emprego para o resto da vida” (Luiz Inácio Lula da Silva, 15/09/2016, em entrevista coletiva). Já que falou de mim, ou melhor, para mim e para todos os servidores concursados, sejam federais, estaduais e/ou municipais, tenho o direito de responder ao ex-presidente e político, “por mais ladrão que seja”(palavras dele).

Sou servidor público aposentado, com muito orgulho, pois estudei, me dediquei e me submeti às diversas avaliações para ser efetivado no cargo. Não tentei iludir ou enganar meus avaliadores com promessas de políticas sociais que de nada adiantariam. Não fiz promessas que, tenho certeza, não poderia cumprir. Trabalhei por 35 anos para ter direito a uma aposentadoria digna, o que não ocorre e, portanto, não posso almejar em adquirir um triplex ou um sítio.

Não disponho de imunidade parlamentar, de auxílio-moradia e nem de paletó. Não sou e nunca fui financiado por empresas privadas ou bancos. Não recebo aposentadoria vitalícia por ter ocupado um cargo público por apenas oito anos, nem segurança particular, carros oficiais e outras mordomias, que você tem, através dos impostos que todos nós brasileiros somos obrigados a pagar.

Ser político é muito fácil, porque dispensa estudo, atestado de bons antecedentes, conduta ilibada para o exercício da função, dentre outras coisas que são exigidas para ser um funcionário ou servidor público. E você exerceu o mais alto cargo do funcionalismo público brasileiro. Você tinha esses predicados?

Para eleger-se, na sua ótica, bastam mentiras bem contadas, projetos que iludam o povo e um marqueteiro de primeira, que, seguindo a linha do marqueteiro-mor de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, apregoava que, “se uma mentira for repetida muitas vezes, o povo acreditará que é verdade”.

Aí, então, de quatro em quatro anos, vocês vão para a rua pedir votos, equipados de obras superfaturadas, desvios de verbas e patrocínio de empresários e banqueiros que doam dinheiro “sem nenhum interesse”, enganando a maioria da população com mentiras e falsas promessas.

Panis et circenses funcionam desde a Grécia antiga, e você nos enganou por muito tempo, e não é agora que vai falhar.

Sem mais delongas, finalizo meu desabafo lançando um desafio a você, Luiz Inácio da Silva, também conhecido como Lula, algo nada difícil e que você julga ser fácil: faça e seja aprovado em um concurso público.

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