Solidariedade para ser feliz


Por LUCIANA MARZULLO ARAUJO, COORDENADORA MISSIONÁRIA DO COLÉGIO STELLA MATUTINA

28/07/2016 às 07h00- Atualizada 01/08/2016 às 17h26

Na linguagem coloquial, solidariedade e generosidade significam, ambas, o ato de apoiar e ajudar o próximo. Porém, vem da filosofia a distinção que dá a cada expressão uma significação própria, que, além de fazer sentido, é útil para a compreensão das ações humanas. De saída, vale enfatizar que tanto a solidariedade quanto a generosidade dizem respeito às atitudes que adotamos levando em conta os interesses dos outros. A diferença começa quando, no caso da generosidade, levamos em conta os interesses do próximo, mesmo que não concordemos com ele nem compartilhemos dos seus interesses.

Em casos extremos, a solidariedade atua como mecanismo de preservação da espécie e canaliza nosso afeto às pessoas. Podemos chamar de empatia, de caridade, amor ao próximo. Na verdade, é um pouco de tudo. O que é fato, e quem é solidário sabe, é a imensa sensação de prazer e bem-estar que dedicar um tempo em benefício do outro proporciona. Essa solidariedade pode vir de várias formas. Seja no impulso provocado por uma tragédia, seja em forma de trabalho voluntário ou até mesmo no dia a dia no trato com as pessoas. E isso desperta as mais nobres aspirações da humanidade: a procura da paz, da liberdade, de oportunidades, da segurança e justiça para os povos.

Quem recebe um ato solidário conquista benefícios, é claro. Mas quem oferta momentos de afago, carinho e doação aos outros ganha ainda mais. Pesquisas indicam que trabalhos voluntários altruístas estimulam a alegria, aliviam as tristezas e aumentam a imunidade, evitando doenças. Pessoas que se sentem solidárias expressam mais satisfação pela vida e desenvolvem maior capacidade em lidar com as dificuldades. Em geral, tornam-se mais felizes e encontram sentido para as ações e atitudes.

A ajuda desinteressada também reflete na identidade pessoal e social. Aumenta a autoestima e introduz sentido às nossas competências. Recompensa-nos com o prazer de contribuir para a felicidade de nossos semelhantes e nos dá o prazer de participar do funcionamento e da melhoria da sociedade. Percebemos que somos um conjunto de seres pequeninos unidos em prol de algo maior. E que a nossa realidade não é a pior, a mais cruel. Que nossos problemas não são tão desoladores e que somos capazes de sermos mais. De sermos melhores.

Do ponto de vista religioso, acredita-se que a prática do bem salva a alma. Mas, além de elevar o espírito, de um modo geral, salva o corpo também. Assim, é certo que o coração transborda quando fazemos o bem e queremos o bem. Faça a sua parte e transborde seu coração de felicidade.

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