Por que julgamos tanto?


Por ANGELA HALFELD CLARK, COLABORADORA

26/07/2016 às 07h00- Atualizada 26/07/2016 às 08h43

No caminhar de nossas vidas, verificamos que a “fofoca” é o início da maioria das desavenças. O motivo é o julgamento precipitado que fazemos do outro sem dó nem piedade. Não me refiro aos processos de corrupção já enraizados em nossa cultura que agora estão sendo revelados. Estas atitudes são legítimas e corretas. Refiro-me aos comportamentos corriqueiros do nosso dia a dia. Temos a tendência de competir, dando vazão ao orgulho e ao egoísmo.

Somos corresponsáveis nas adversidades juntamente com a nossa língua ferina, que se veste de fanatismo, conforme nossas convicções ou os grupos que escolhemos.

Lembremos que, na História, as causas das maiores guerras foram as ideologias existenciais, passando pelo fanatismo religioso. Continuando com essa visão, sabemos que somente quem causa uma convulsão no pensamento do outro é quem está fazendo algo inusitado.

Voltando ao terra-terra, averiguamos que quem se castra mais também é mais rigoroso com o próximo. O espelho nos mostra que estamos julgando nossos próprios defeitos ou anseios na face do outro. Na vida, temos que permitir viver prazerosamente também para podermos não ser carrascos da humanidade. Muitas vezes, fazendo a corrigenda do nosso semelhante, acreditamos que estamos fazendo o melhor. Na realidade, estamos retirando a liberdade que poderia criar algo diferente e útil.

Julgamos demais por uma série de fatores: inveja, mesquinhez, incompetência, medo de mudar, orgulho, etc. Se alguma situação ou pessoa nos incomoda muito, podemos ter certeza de que gostaríamos de estar naquela posição.

Julgamos tanto porque referimos a um certo sadismo que nos dá satisfação ao denegrirmos a imagem de outrem.

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