PRÓXIMA ETAPA


Por Guilherme Areas

17/07/2016 às 07h00

A partir da próxima quarta-feira, começa a temporada das convenções, ocasião em que os partidos oficializam os nomes que levarão para os palanques de campanha. Como a lei permite e a estratégia exige, poucos serão aqueles que definirão seu elenco já no início do jogo, salvo as chapas de vereador, cujas conversas se desenvolvem há mais tempo. Já a questão de prefeito e vice deve ser consolidada já nos acréscimos, por conta do jogo de gato e rato que perpassa os bastidores da política: as escolhas são feitas por certas conveniências. Tal processo é revelador de como as questões internas pesam em detrimento do viés ideológico, a matriz ideal para os acordos. Hoje, da esquerda à direita, tal peso tornou-se menor.

E isso só é possível por conta de uma legislação permissiva, cuja reforma foi apenas um arremedo para inglês ver, a despeito da necessidade para que fosse mais ampla. As coligações proporcionais continuam sendo uma saída para os chamados partidos de aluguel, que só aparecem no período de eleição para acomodar os candidatos de outros partidos, que têm mais candidatos do que a legislação permite. Daí, a transferência para outras legendas.

Como é este o jogo a ser jogado, espera-se que os candidatos, sobretudo os majoritários, elaborem programas de governo com propostas que possam ser cumpridas. É comum, para efeito de retórica, se estabelecerem metas típicas de ficção, que vão além de prerrogativas e da capacidade de execução. Juiz de Fora, como as demais cidades, vive um cenário em que os recursos são poucos, exigindo criatividade de seus líderes. Mesmo com as demandas cada vez mais agudas, os prefeitos têm ficado à mercê de sua própria sorte ante a pouca participação do estado e da União. Por isso, não basta prometer o que não será possível; é vital dizer o que pode ser feito com o pouco de recurso destinado às prefeituras.

Com um expressivo número de candidatos, possivelmente nove, o eleitor terá um cardápio variado de proposições, próprio para exigir dele mais atenção na análise e bom senso na hora do voto. Muitos são os desafios, e é preciso considerar que a eleição tem como foco o futuro de todos.

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