Auditores da Receita Federal em greve dois dias por semana


Por Guilherme Arêas

13/07/2016 às 20h18

Auditores da Receita Federal em Juiz de Fora paralisam as atividades em duas vezes por semana a partir desta quinta-feira (14). A mobilização ocorre em nível nacional, envolvendo a fiscalização aduaneira em portos e aeroportos em todas as regiões. Um ato está marcado para as 10h em frente à Delegacia da Receita, no Bairro Manoel Honório, reunindo os trabalhos. Os fiscais questionam a falta de atendimento ao pleito de reajuste de 21,7% nos salários até 2018, após a negociação fechada em março deste ano junto ao Ministério do Planejamento com todos os servidores. Há 150 auditores na cidade.

Segundo o presidente do Sindifisco Nacional em Juiz de Fora, Levindo Siqueira Jorge, todas as outras categorias tiveram o reajuste aprovado, no entanto, a Medida Provisória que seria enviada pelo Governo ao Congresso Nacional após a assinatura do acordo não foi enviada. “O Governo não cumpriu a parte dele. Defenderam o reajuste para todos os servidores, mas para nós não. Disseram que há uma questão jurídica envolvida, mas não acreditamos nisso. É uma indignação geral”, afirma. Os sindicalistas se reúnem em Belo Horizonte às 14h.

Em reunião na última quarta-feira, dia 6, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse não haver prazo para o envio da matéria e, segundo o sindicato, alegou “dificuldade política” para encaminhar a questão. A versão é questionada pelos auditores, que apontam que outras categorias estão sendo contempladas com reajustes e bonificações.

A paralisação ocorre em um momento em que Governo precisa da atuação da Receita para melhorar a arrecadação. “Isso é que não conseguimos entender: a questão mais frágil é a fiscal. Só quem pode cuidar somos nós. O governo atendeu a todo mundo, menos a nós. Há um grupo que defenda que isso seria até uma represália pela questão da Lava Jato, uma vez que muitas operações da Polícia Federal surgiram no âmbito da Receita Federal, como a Zelotes e a Custo Brasil”, observa Levindo.

 

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