A saúde em tempos de recessão


Por MARCELO FRANK DO NASCIMENTO, COLABORADOR

21/06/2016 às 07h00- Atualizada 21/06/2016 às 08h40

A questão do SUS para os municípios ficou dramática, pois a forma de financiamento é insuficiente. Juiz de Fora, como sede de serviços de uma vasta região, recebe uma demanda crescente. Acontece que há um recurso adicional para os municípios que exercem esta polaridade, mas certamente insatisfatório.

A política pública de saúde se apoia na existência dos conselhos municipais, dos planos periódicos e dos fundos públicos. Esta é uma base legal. O difícil é a implementação deste arcabouço pelos municípios, que têm diferentes dimensões territoriais e populacionais e são os destinatários da obrigatoriedade de atender à população.

Os gestores municipais têm na saúde um problema de difícil solução. Embora o ideal fosse investir na prevenção da doença, é no tratamento desta que se exigem muitos recursos cada vez mais escassos em tempos de recessão. Há também uma perda, que eu não sei dimensionar, da evasão de recursos com a má gestão e a corrupção.

Focalizemos o item referente ao atendimento hospitalar para análise e busca de soluções deste enorme gargalo, sobretudo no atendimento à grande parcela da população que não dispõe de seguro saúde. E esta parcela cresce à medida que as pessoas ficam desempregadas e perdem o acesso ao plano empresarial a que tinham direito. Está aí o grande desafio para a futura gestão municipal.

Com a proximidade das eleições municipais, esta temática vai estar presente no debate entre os candidatos para a Prefeitura, de forma preponderante, e os candidatos à Câmara Municipal, de forma subsidiária, devido às competências de cada poder. Os candidatos não poderão sofismar diante desta questão tão difícil.

Então, a pergunta que se faz para os futuros candidatos ao cargo de prefeito: como serão as medidas concretas para estruturar o atendimento hospitalar aos usuários do SUS em Juiz de Fora a cada ano de seu mandato? Será necessário que o candidato seja capaz de detalhar, anualmente, como obterá os recursos necessários para um atendimento digno aos munícipes, sobretudo no tocante à urgência e à emergência. Somente o discurso não vale!

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