Pensando em séries

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

Algumas séries já tiveram suas temporadas encerradas nos Estados Unidos, e até que conseguimos manter um bom ritmo e acompanhar o pique das produções ianques, e já dá para ter ideia do que valeu a pena acompanhar ou não.

Começando por “11.22.63”, a adaptação televisiva do livro homônimo de Stephen King, provavelmente o escritor que mais realiza a ponte literatura-audiovisual. O calhamaço foi compactado em uma minissérie de oito episódios produzidos pela Bad Robot de J.J. Abrams e que está disponível pelo serviço de streaming Hulu. A atração mostra o professor interpretado por James Franco voltando no tempo para impedir o assassinato do presidente americano John Kennedy, mas o problema é que o portal que permite essa viagem está aberto apenas para uma determinada data de 1960, então ele precisa ficar três anos no passado investigando quem é o verdadeiro assassino de JFK antes de saber o que fazer.

Algumas coisas foram modificadas para a minissérie, pois no livro o professor retornava para 1958 e não havia o sidekick que o ajuda na investigação, mas essas alterações mais ajudam que atrapalham a quem não leu o livro (meu caso). A reconstituição visual/cultural do início dos anos 60 é muito boa, inclusive por não deixar de fora a questão da segregação racial, e até o final o suspense é mantido. Outro lance interessante é o próprio tempo tentando impedir que o seu fluxo seja alterado, o que gera alguns momentos muito bons. Pena que a meia hora do episódio final seja anticlimático num sentido não tão joinha.

Ainda que seja uma produção que pode ser considerada “de nicho” – no caso, os fanboys -, “Marvel’s Agents of Shield” terminou bem a terceira temporada, apesar de ter esticado além da conta o arco com o “Ward-zumbi-devorador-de-corpos-controlador-de-mentes”. Foram apresentados novos Inumanos, muita gente morreu, a briga com a Hidra foi bonita de se acompanhar… Vai continuar na listinha do “a conferir” a partir de setembro, mas seria melhor se tivesse menos episódios.

O mesmo não sei se posso dizer a respeito de “Gotham”. A segunda temporada, chamada de “Rise of the villains”, teve muitos bons momentos, com a apresentação de uma baciada de vilões (Hugo Strange, Senhor Frio, Cara de Barro, o falso Coringa etc.), mas também sofreu pelo excesso de episódios, o que deixa a história arrastada. A falta de carisma de Ben McKenzie como James Gordon também não ajuda em nada, assim como um Bruce Wayne pentelho e muito mais novo que os bandidos que terá de enfrentar no futuro.

Mas o que me faz pensar seriamente em desistir da série é a volta da absolutamente insuportável Fish Mooney, que é capturada por meia Gotham, perde um olho, morre, é ressuscitada, chama todo mundo de “bitch”, provoca rebelião, manda o Hugo Strange pastar, rouba um ônibus… Pelo jeito, ser casada com o Will ajuda a ser mais poderosa que todos os vilões de Gotham juntos. Se for para ter que aturá-la por mais duas dúzias de episódios, prefiro dizer “não”. Certeza, por enquanto, é que já demos nosso adeus a “The big Bang Theory”, e mesmo assim foi uma despedida tardia. Taí uma série que deu o que tinha que dar.

Por enquanto é só, em breve comentaremos coisas lindas de se ver como “The americans”, “Silicon Valley” e “Preacher”.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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