Falta coragem
Quando essa coluna foi escrita, no início da noite de ontem, a bola sequer tinha rolado no Estádio Municipal para a partida entre Fluminense e Criciúma pela Primeira Liga – ou a Copa Sul-Minas-Rio, como queiram. Como nunca fui bom de futurologia, não posso aqui dizer se foi ou não um bom jogo; os se as arquibancadas estavam animadas; ou ainda se as duas equipes elogiaram ou criticaram a estrutura do Mário Helênio após o apito final. Não posso dizer quase nada, a não ser que ser palco de partidas como essa é sempre muito bom para a cidade.
Nunca consegui entender a inércia das autoridades e do empresariado juiz-forano no que diz respeito à atração de grandes partidas para a cidade. Parece-me faltar pulso firme na terra que aceita passivamente um complexo de vira-lata específico e toma como verdade absoluta a pecha de “ser um lugar bom para se viver, mas ruim para ganhar grana”. Balela! Na verdade, o que falta é coragem de arriscar. Seja para gerar grana ou atrair grandes eventos. Falta ousadia ao município, que se mantém incapaz de se vender como um centro esportivo interessante, mesmo em tempos em que o Maracanã e o Engenhão estão fora de serviço. Isso só para citar o futebol.
A sensação que tenho é de que somos – ou gostamos de ser – a cidade que “podia” dar certo. “Temos uma posição geográfica estratégica.” “Nossa malha viária tem escoamento para os três principais centros do país.” “Temos boas estruturas esportivas como o Estádio e as instalações da UFJF.” Sim! Temos tudo isso. Mas, ao que parece, falta culhão àqueles que têm a faca e o queijo na mão para colocar Juiz de Fora, de fato, no mapa esportivo, seja atraindo eventos de porte ou para prestar um apoio minimamente digno às equipes da cidade como o Tupi e o JF Vôlei.