Defesa Civil considera irregular intervenção em prédio ameaçado
O prédio que ameaça desabar na Rua Custódio de Rezende Bastos, Bairro Jardim dos Alfineiros, Zona Norte, recebeu reforço na estrutura no último fim de semana. Dos fundos da propriedade, é possível encontrar escoras e suportes de sustentação, tanto na garagem do edifício como também dentro dos imóveis do primeiro andar. No entanto, a intervenção, de acordo com a Defesa Civil, pode ser considerada irregular, pois não foi apresentado ao órgão um responsável técnico para o serviço, conforme havia sido exigido. A informação é que um engenheiro da Defesa Civil esteve no local nesta terça-feira (23), mas não conseguiu ter acesso ao prédio e não teve êxito em contatar a construtora. Enquanto isso, os moradores afetados, que estão fora de seus apartamentos desde 31 de janeiro, permanecem sem amparo. A expectativa era que o escoramento permitisse a eles entrar nos imóveis e retirar seus pertences.
Na semana passada, após determinação judicial, a construtora colocou um vigilante no prédio e deslocou proprietários interessados para um hotel no Centro. Só que, de acordo com o porta-voz dos moradores, o cozinheiro industrial José Fernandes da Silva, 39 anos, foram pagas apenas as duas primeiras diárias, e o vigilante não é visto na rua desde quinta-feira. “Estou procurando uma casa para alugar, para levar o contrato ao advogado e tentar que eles paguem. Um vizinho fez o mesmo, mas ainda não recebeu retorno se as despesas serão custeadas ou não.” A Tribuna tentou nesta terça, novamente, conversar com algum responsável da Sanlus Domine Engenharia Ltda, mas as ligações não são concluídas.
Na tarde desta terça, o metalúrgico Adones de Paula, 31, proprietário de um apartamento no prédio, esteve na rua. Ele disse que preferiu não ir para o hotel e pagou, com meios próprios, o aluguel de outro apartamento. A intenção é cobrar da construtora, na Justiça, as despesas relacionadas à moradia. O morador também disse que não há mais informações sobre a situação, nem por parte de representantes da Sanlus nem pela Defesa Civil.
Em nota, a Defesa Civil informou que “não cabe a ela a comunicação da situação do prédio com os moradores, e sim à construtora. O órgão esclarece ainda que foi mediador entre moradores e construtora para solução do problema, mas não é o órgão responsável por ser porta-voz de uma situação particular”.