Superamigos – #SQN

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

Não tenho assistido a “Flash” e “Arrow” por absoluta falta de tempo – e um pouco de paciência -, mas resolvi dar uma conferida em “DC’s Legends of Tomorrow”, que estreou na Warner nesta quinta-feira. Afinal, a premissa é interessante: daqui a 150 anos, o vilão imortal Vandal Savage consegue conquistar o mundo, sonho de parceiros de profissão como Doutor Destino, Lex Luthor, Dr. Evil e Cérebro. Mais insatisfeito com a história que criança que ganha roupa na Páscoa, o viajante do tempo Rip Hunter manda um beijinho no ombro para seus parceiros Mestres do Tempo, volta a 2016 e convoca um grupo de heróis e vilões de segundo escalão para impedir os planos do futuro déspota. Mais revoltados que veganos em churrascaria ao saberem que ninguém vai se lembrar deles daqui a um século, Nuclear, Canário Branco, Gavião Negro, Mulher-Gavião, Eléktron, Onda Térmica e Capitão Frio topam embarcar na tentativa de passar a peixeira num sujeito que é imortal.

E os quatro capítulos que já conseguimos assistir são bem legais, caso o ah migo leitor e a ah miga leitora não estejam esperando por algo tão profundo e sombrio quanto um “Cavaleiro das Trevas”. Tudo bem que as atuações não são memoráveis, as discussões sobre os efeitos das viagens no tempo às vezes parecem saídas de “De volta para o futuro 2” (“Se você levar essa cebola para 1986 Adam Sandler vai ganhar um Oscar!”), mas os pontos positivos ainda suplantam o que pode incomodar o telespectador em um primeiro momento. As cenas de ação são bem feitas, com a porrada comendo solta, os efeitos especiais são Ok, e os heróis não têm nem um pouco daquela camaradagem típica dos “Superamigos”.

Há desde o início uma desconfiança mútua – inclusive porque nem todo mundo fala a verdade o tempo todo, com determinados personagens aproveitando para realizar “missões particulares” -, e personalidades tão distintas geram conflitos que só serão resolvidos com o tempo, à medida em que todos puderem confiar nos novos “parças”. E eles fazem muita besteira também, e por causa disso a galera leva bala no bucho, facada, e vai ter gente morrendo por causa desses vacilos – o que dá aquela sensação de que a patotinha reunida por Rip Hunter vai ter que ralar bastante para conseguir matar Vandal Savage.

Vamos ver, enfim, como é que “DC’s Legends of Tomorrow” vai se segurar tentando pegar o mesmo bandido toda semana.

Mudando a prosa. Um dos discos mais legais que ouvi em 1997 foi “K”, trabalho de estreia dos ingleses do Kula Shaker e que havia sido lançado no ano anterior. O grupo promovia uma união poderosa entre o rock psicodélico dos anos 1960 e a cultura indiana, com direito até a algumas músicas cantadas em sânscrito. “Hey dude”, “Govinda”, “Tattva” e “Grateful when you’re dead/Jerry was there” rolavam direto no meu CD player, mas com o tempo o Kula Shaker saiu do radar porque acabou, voltou e não fez muita questão de avisar.

Por isso mesmo, foi uma bela surpresa descobrir que a banda já havia retornado há alguns anos e lançou este mês o interessante “K2.0”, que – como o título indica – tem todo o clima de continuação do primeiro álbum. E o danado do disco é bom, mesmo que sem a pegada mais “guitarreira” que existia em “K”, o que não quer dizer que as guitarras tenham sido abandonadas; elas continuam lá, mas com uma sonoridade um pouquinho mais pop. O importante, porém, é o clima psicodélico presente, assim como as músicas inspiradas pela cultura indiana. Ouvir “K” e “K2.0” em sequência vai dar um barato do bom.

Satisfeitos? Espero que sim. Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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