Manifestações de servidores da Fundação HU fecham vias da cidade
Atualizada às 20h56
A partir deste sábado (12), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do São Pedro passa a funcionar com apenas 30% do efetivo, comprometendo o atendimento ao público. A paralisação dos servidores da Fundação de Apoio ao Hospital Universitário (FHU) – responsável pela gestão da UPA – ocorre em razão do atraso no pagamento dos salários relativos ao mês de novembro, que deveriam ter sido efetuados no quinto dia útil de dezembro. Nesta sexta, foram atendidos somente os casos de urgência e emergência na unidade, classificados nos protocolos vermelho e laranja.
Por volta das 13h45, cerca de 20 funcionários bloquearam o tráfego de veículos na Avenida Presidente Costa e Silva, próximo ao cruzamento com a Rua Roberto Stiegert, no Bairro São Pedro, Cidade Alta. Durante o início do protesto, houve confronto. Exaltados, alguns motoristas iniciaram um bate-boca com os manifestantes. Alguns motociclistas e veículos chegaram a subir a calçada para seguir o trajeto. Os ânimos se acalmaram com a chegada da Polícia Militar, por volta das 14h15. Após negociações com os militares, os manifestantes aceitaram liberar parcialmente o tráfego no local.
Os funcionários preveem ainda atraso na segunda parcela do 13º salário, que deve ser paga até 20 de dezembro, e temem por demissões. “Fomos informados que seremos colocados em aviso prévio a partir do dia 15, já que uma licitação será convocada para um novo contrato de gestão da unidade. Se a Fundação perder, todos seremos demitidos”, informou a enfermeira-chefe Érika Dornelas Soares.
A Fundação HU reforçou nesta sexta o posicionamento da última quinta-feira, quando a instituição informou que o pagamento não havia sido efetuado “por conta de atrasos em repasses financeiros da Prefeitura de Juiz de Fora, necessários para a operação. Deste modo, a FHU fica impossibilitada de determinar quando o acerto será feito”, enfatizou, em nota.
A Secretaria de Saúde informou, também por meio de nota, que “os constantes atrasos de repasses do Governo federal e do Governo de Minas, aliados ao momento de crise financeira nacional, têm impactado especialmente as contas do município e os pagamentos que precisam ser realizados. Muitos valores ainda não chegaram este mês”. A secretaria ressaltou que, independentemente de repasse, o pagamento de funcionários é de responsabilidade da empresa gestora.
Interdição na Andradas
Os funcionários da Fundação de Apoio ao Hospital Universitário (FHU), que atuam nas duas unidades do Hospital Universitário (HU) da UFJF – Dom Bosco e Santa Catarina -, estão com os salários atrasados e sem receber a primeira parcela do 13º. Para chamar a atenção para a causa, um grupo de 30 trabalhadores bloqueou os dois sentidos da Avenida dos Andradas, em frente à Igreja da Glória, na manhã desta sexta. Com aproximadamente 40 minutos de duração, a interrupção no tráfego trouxe reflexos em várias ruas centrais e em alguns pontos da Cidade Alta. As avenidas Rio Branco e Rui Barbosa, no Bairro Santa Terezinha, também tiveram o fluxo comprometido. A Polícia Militar acompanhou a manifestação. Em alguns momentos, o trânsito era liberado. O ato foi encerrado por volta do meio-dia.
Conforme o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde em Juiz de Fora (Serv Saúde), Francisco Messias, os atrasos ocorrem há cerca de um ano e afetam todos os setores dos hospitais, como médicos, enfermeiros, técnico-administrativos e de informática. “No mês passado, recebemos no dia 28. Os atrasos são frequentes, eles prometem que vão pagar, mas não depositam.” Os manifestantes disseram também que o plano de saúde dos funcionários foi cortado e que o fundo de garantia não tem sido depositado. A assessoria da FHU informou que a instituição não iria se pronunciar a respeito nesta sexta.