Pedaladas nada sapiens


Por CELSO PEREIRA LARA, FUNCIONÁRIO PÚBLICO APOSENTADO

29/10/2015 às 07h00

O poderoso chefão de Chicago lucrou bilhões, financiou artistas, ajudou muitos e matou outros tantos. Orgulhava-se de ter policiais e políticos em suas mãos, e no bolso, principalmente. Liderou um grupo criminoso dedicado ao contrabando e venda de bebidas entre outras atividades ilegais, vindo a falecer em 1947. O maior azar de Al Capone foi não ter nascido no Brasil, na data de sua morte. Hoje, estaria bilionário, livre, leve e solto, podendo inclusive ser ministro ou presidente da República, se indicado por um partido político de mesma índole.

O furacão Patrícia, que atingiu a costa do México, foi considerado o mais forte já registrado. Entretanto, a operação “Lava jato”, de certa forma, poderia ser considerada um furacão Moro, com a mesma intensidade do Patrícia e de proporções desastrosas tais quais as causadas pelo tsunami, pois até agora não foi possível chegar ao fundo do poço das investigações. Haja profundidade!

O Governo afirma que não há “pedaladas fiscais” em 2015, e, se houve em 2014, não foram deste Governo (e o de 2014 era de quem?). Tudo bem, mas o que houve são indícios de fraudes contábeis em 2015. A fraude é um ato intencional, considerado como crime que é realizado de forma premeditada. Repudiada pela ética e pela moral, a fraude é considerada perante a lei um crime de responsabilidade fiscal. E o TCU está aí mesmo para confirmar por unanimidade, dentre outros crimes praticados por este Governo.

A grande quantidade de requerimentos de impeachment, protocolados contra a reeleita, já é suficiente para demonstrar que o Governo não vai bem, e não há nenhuma perspectiva de que possa melhorar até o final deste mandato. Outros tantos pedem a renúncia imediata. Mas se alguém perguntasse à presidente sapiens por que ela não entrega logo o cargo, possivelmente, a resposta poderia ser assim: “se não é para o bem de todos, e é péssimo para a nação, então, diga ao povo que fico! Ficarei até o final do mandato, passando a Presidência da República ao candidato do PT, com a certeza de que contarei com o apoio do Congresso, do STF, das Forças Armadas e das urnas eletrônicas”.

Mais um ano já se passou e ninguém percebeu que nada foi feito, a não ser o Governo ficar se defendendo das acusações de corrupção e dos pedidos de impeachment. E, no Congresso, quase todos estão envolvidos em escândalos, enquanto o imbróglio criado faz parte e só favorece o jogo político: eu sou, mas quem não é? Em discurso na ONU, a presidente declara categoricamente: “meu Governo não está envolvido em escândalo de corrupção”. Pior é que ninguém acreditou. Somente ela!

O lamaçal em que os políticos estão mergulhados de ponta-cabeça é de tal magnitude que nem mesmo se contratassem uma famosa empreiteira de confiança do PT ela seria capaz de limpar toda a sujeira. Então, como diria um professor sapiens, os políticos considerados mau-caráter no Congresso mereceriam uma boa pá e uma boa cova, sem a necessidade de um bom paredão e de uma boa espingarda.

Atualmente, nada no Congresso avança. O Brasil está paralisado, sem governabilidade!

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