Quem vê cara não vê coração

Sempre preocupado com a condição animal do homem, naquilo que o próprio homem chamou de humano, e vendo, na natureza, procedimentos animais, mais humanos do que, especialmente agora, não só no Brasil, mas em todo o mundo, de certos homens, principalmente na política e nos negócios que envolvem lucros materiais, perguntei a certa pessoa, simples mas inteligente: “Como você vê as pessoas?”

Curiosa, mas sem entender, respondeu-me: “Como assim?” Completei minha pergunta com: “Por fora ou por dentro?” Ela, sagaz, respondeu-me: “Com bons olhos!” Concordando com ela, completei: “Bons olhos não se iludem pelo que veem por fora, pois conseguem ver, muito melhor, por dentro!”

Lembrei-me, então, da famosa frase: “O pior cego é aquele que não quer ver!” E pior, porque só vê as pessoas por fora, pelos trajes, pelos cortes de cabelos, pelos sorrisos e, especialmente, pelas palavras, mais ainda pelos discursos, quando políticos, mas, de fato, interessados apenas em aumentar seus patrimônios materiais e egoístas, ainda que à custa do dinheiro daqueles que os elegem para representá-los, seja no Executivo, seja no Legislativo e até no Judiciário, mesmo que esses últimos não sejam – ainda – escolhidos pelo povo…
O que fazer, então? Simplesmente passar a olhar por dentro das pessoas. Não diz o ditado popular que as aparências enganam? E como enganam. E as palavras, especialmente os discursos, como são mentirosos. Os tempos que vivemos, aqui no Brasil que é a nossa pátria, fazem-nos cada vez mais conscientes de que quem faz, ou já fez, merece nosso crédito, pois já demonstrou, para eles – e também para nós – que ação dispensa palavras, daí a importância do silêncio inteligente, corajoso e revelador dos fatos, que dispensam qualquer argumentação.

A Lava Jato está indo bem, espero que fuja de argumentos acusativos e os substitua por recuperação total do dinheiro roubado em propinas criminosas, depositadas no exterior, tirando educação, saúde e segurança desse sofrido povo brasileiro, terminando, aí sim, com a exemplar punição de toda essa camarilha de ladrões vestidos de políticos e empresários. Alea jacta est!

 Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail ([email protected]) e devem ter, no máximo, 35 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.